Espiritualidade e Saúde
Espiritualidade e Saúde
Universidades e hospitais do país tem incentivado a pesquisa sobre a relação entre a espiritualidade e a religiosidade.
Essas pesquisas têm contribuído para a reflexão da classe médica interessada nas variáveis que podem beneficiar o tratamento da saúde.
Estudantes e profissionais da saúde participam de encontros com palestras e discussões para que possam entender como os sentimentos, as religiões e a espiritualidade influenciam os resultados dos tratamentos.
Harold Koenig, psiquiatra, professor da Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA, é considerado um dos melhores especialistas sobre o assunto na atualidade. Ele afirma que “negligenciar a dimensão espiritual é como ignorar o aspecto social ou psicológico do paciente e resulta em falha ao tratar a pessoa integralmente.”
Koenig entende que a religião pode contribuir para a qualidade de vida, com aumento da taxa de sobrevida em até 35%, por meio da tendência de diminuição de vícios, com o apoio e a convivência entre pessoas que compartilham da mesma fé, atribuindo um significado à vida.
Entretanto, a relação entre religião, espiritualidade e saúde também foi estudada e comprovada há mais de um século por Mary Baker Eddy. Seu livro Ciência e Saúde apresenta um relato que mostra como o pensamento imbuído de ideais espirituais influencia diretamente a saúde: “Uma mulher na cidade de Lynn, estado de Massachusetts, foi anestesiada com éter e morreu em consequência disso, muito embora seus médicos tivessem insistido que seria perigoso fazer a necessária operação cirúrgica sem o éter. Depois da autópsia, a irmã da falecida declarou que esta havia protestado contra a inalação do éter, dizendo que o éter a mataria, mas que havia sido coagida pelos médicos a aceitá-lo. Haviam-lhe segurado as mãos e ela fora forçada a se submeter. O caso foi levado aos tribunais. Tendo sido considerada concludente a prova, foi dado parecer de que a morte fora ocasionada, não pelo éter, mas pelo medo da inalação.
Acaso é cirurgia eficiente e científica não levar em consideração as condições mentais, e tratar a paciente como se ela não fosse outra coisa senão matéria sem mente, e como se a matéria fosse o único fator a ser consultado? Se esses cirurgiões não científicos tivessem entendido a metafísica, teriam levado em consideração o estado mental da mulher e não teriam arriscado tal tratamento. Eles teriam acalmado seu medo, ou teriam feito a operação sem éter.”
“Por não saber que a crença de um homem produz a doença e todos os seus sintomas, o médico comum corre o risco de agravar a doença com sua própria mente, ao passo que deveria se dedicar ao trabalho de destruir a enfermidade pelo poder da Mente divina.”
Esse exemplo apresenta o medo como um fator decisivo no pensamento do paciente, mas existem outros sentimentos como a raiva, a mágoa ou até mesmo determinados conceitos morais ou teológicos que impõem a culpa ou a discriminação, que devem ser considerados durante o tratamento tanto pelo paciente quanto pelos profissionais de saúde.
À medida que mais profissionais e pacientes se conscientizarem da importância da espiritualidade e do pensamento na manutenção e recuperação da saúde mental, emocional e física, veremos sem dúvida uma melhora significativa na qualidade de vida e na longevidade das pessoas.
* Ana Carla Vicencio integra o Comitê de Publicação da Ciência Cristã e escreve reflexões sobre espiritualidade e bem-estar. Email: [email protected].