Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A clientelização do jovem negro

A clientelização do jovem negro

20/05/2016 Wagner Dias Ferreira

Divulgado na imprensa: em estatísticas apuradas entre 2004 e 2014, houve grande aumento nos homicídios em Minas.

Ao contrário do que ocorreu no Rio, São Paulo e Espírito Santo, que já gozou de altíssimos índices de homicídios proporcionalmente à população.

Especialistas explicaram que no final do Governo Aécio e em todo do Anastasia foram abandonadas ou sucateadas as políticas preventivas provocando o aumento.

A discussão precisa levar em conta também as estruturas do Estado que lidam com essa realidade. As políticas preventivas permitiriam que pessoas vitimadas por homicídios não chegassem a situações onde este fato pode ocorrer.

O abandono dessas políticas é sinal de desvalorização deste público mais vitimado: jovens negros, moradores de favela e periferias, que estão entre 16 e 24 anos. Principalmente se estes já tiverem sido “clientes” do sistema sócio educativo.

Noutro giro, os órgãos policiais são preparados para o confronto com um perfil específico de “clientelizados” pelo aparelho repressivo do Estado, polícias Militar e Civil, coincidentemente, jovens negros, moradores de favela e periferias, que estão entre 16 e 24 anos.

Vitimados em homicídios e clientelizados pela polícia como criminosos. Há menos de um ano, atuei em um júri onde demonstrando claramente que a pessoa, um jovem negro, entre 16 e 24 anos, fora incluído sem nenhum critério em uma acusação de homicídio, levando o júri a absolvê-lo.

Em situações onde a acusação era de roubo ou tráfico, julgado por um juiz togado, não houve misericórdia. As pessoas no exercício de atividades profissionais ligadas à área penal estão surdas ao discurso da vitimização do jovem negro e de sua clientelização pela segurança pública, mas é preciso continuar proclamando este argumento, para que ele comece a ser ouvido e assim possa repercutir nos processos efetivamente.

A CF/88 tem entre seus fundamentos a Cidadania e a Dignidade da Pessoa Humana. É fundamento da República garantir a todo jovem negro, entre 16 e 24 anos, morador de favela ou periferia a sua Cidadania e Dignidade de Pessoa Humana, de modo que além de garantir as medidas preventivas deve combater a filosofia de clientelização desses jovens imanente à ação dos órgãos de segurança pública, passando pelo Ministério Público e judiciário para instalar preceitos constitucionais humanitários.

Uma possibilidade concreta para reconhecimento desta condição do jovem negro, de 16 a 24 anos, que é indevidamente clientelizado pelos órgãos policiais quando suas situações são apreciadas pelo judiciário é, quem sabe, o reconhecimento em seu favor de que esta peculiaridade permita a aplicação do benefício do artigo 66 do CPB como atenuante genérica, como uma compensação enquanto não se instala nos órgãos policiais uma filosofia de ação totalmente cidadã que afasta preconceitos e discriminação, já existente nos perfis de vigilância elaborados nestes órgãos.

* Wagner Dias Ferreira é Advogado e Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG.



A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado