Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A estratégia perversa da indústria do tabaco

A estratégia perversa da indústria do tabaco

26/07/2016 Cristina Perez

No ano 2000, lei federal proibiu a propaganda dos cigarros nos grandes meios de comunicação, como TVs, jornais e rádios.

A estratégia perversa da indústria do tabaco

A indústria do tabaco atrai jovens e crianças para o tabagismo expondo seus produtos em meio a doces e chocolates nos pontos de venda.

No ano 2000, lei federal proibiu a propaganda dos cigarros nos grandes meios de comunicação, como TVs, jornais e rádios.

Em 2011, outra legislação apertou ainda mais o cerco: anúncios nos pontos de venda foram vetados. A indústria do tabaco, porém, reagiu.

E da forma mais perversa possível: atraindo jovens e crianças para o tabagismo com a estratégia de expor seus produtos em meio a doces e chocolates nos pontos de venda, além de utilizar embalagens coloridas e atraentes.

No Brasil, a imensa maioria dos fumantes (80%) dá sua primeira tragada antes dos 18 anos de idade. Em média, no mundo, é aos 15 que acontece o primeiro contato com o cigarro – produto que mata dois a cada três de seus usuários.

Para entender como a indústria tabagista busca driblar a proibição da propaganda, a Fundação do Câncer e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) realizaram a Pesquisa Pontos de Venda de Produtos Derivados do Tabaco: Estratégias de Marketing.

A técnica de investigação adotada foi a de cliente oculto. Durante dois meses, junho e julho de 2015, visitamos 54 pontos de venda de cigarros. Eram bancas, padarias, lojas de conveniência de postos de gasolina e bares nas cidades de Rio de Janeiro e Teresópolis, no Estado do Rio de Janeiro; São Paulo e Embú das Artes, em São Paulo; e Porto Alegre e Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.

As conclusões foram estarrecedoras. Como se não bastasse estarem posicionados perto de balas, chicletes e outros produtos com apelo infantil, os maços de cigarros também são encontrados frequentemente juntos aos caixas, por onde todo o público é obrigado a passar.

Além disso, em muitas ocasiões são organizados em mosaicos coloridos nos displays, simulando grandes painéis. Isso sem falar em paredes inteiras revestidas com material especial, repetindo as cores da embalagem do produto exposto, e a iluminação forte nas ‘vitrines’.

Portanto, com a proibição da propaganda de produtos de tabaco nos pontos de venda, a indústria passou a investir pesadamente nestas artimanhas para continuar atraindo novos consumidores. As advertências de malefícios à saúde ocupam uma face dos maços, mas a outra continua sendo cada vez mais trabalhada para chamar a atenção e, principalmente, passar a impressão de que aquele produto não é nocivo.

Tramitam no Congresso Nacional três projetos de lei que determinam a padronização das embalagens de produtos de tabaco. Todas deverão se apresentar numa cor padrão, sem desenhos ou quaisquer outros artifícios gráficos e possuir o mesmo tipo de letra.

Legislações neste sentido já foram adotadas na Austrália. França, Reino Unido e Canadá deverão seguir o mesmo caminho. Acreditamos que a medida se faz necessária com urgência no Brasil, para dizer o mínimo. Não é possível que um produto que causa dependência, doença e morte, e que ainda por cima tem autorização para ser comercializado de forma legal, possa continuar direcionando seus esforços livremente a crianças e adolescentes.

Afinal, trata-se de um público cujas escolhas sofrem grande interferência de estratégias de propaganda como as da indústria do tabaco, que travestem de inofensivos comportamentos de risco, como fumar.

* Cristina Perez é psicóloga e consultora técnica da Fundação do Câncer.



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli