Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A suspeição de Janot

A suspeição de Janot

11/08/2017 Bady Curi Neto

Não se pode inverter a ordem processual: prende, apura e depois condena.

O Ministério Público tem realizado um trabalho hercúleo nas investigações e denúncias da Operação Lava Jato, de forma eficiente, demonstrando diversas denúncias que culminou na condenação penal de pessoas do alto escalão empresarial e político envolvidas no esquema de corrupção.

Empresários, políticos e lobistas estão atrás das grades, o ex-presidente Lula foi denunciado em seis processos diferentes, sendo já condenado em primeira instância a mais de 9 anos de prisão. Tudo isto fruto de investigações da Polícia Federal, Ministério Púbico e do próprio Poder Judiciário, com uma atuação austera e célere nos processos sob seu crivo.

Evidente que isto somente foi possível em razão do instituto da colaboração premiada. Como quase todo o cidadão, aplaudo o trabalho que está sendo realizado pelas instituições democráticas do país, apesar de, pessoalmente, ter algumas críticas quanto ao excesso de prisão preventiva. Não se pode inverter a ordem processual: prende, apura e depois condena.

Há pouco mais de um mês, com base na delação premiada dos sócios da JBS, o Procurador Geral de Justiça investigou o Presidente da República, com provas altamente questionáveis, gravações ambientais, sem a devida autorização judicial, da maior autoridade do país.

Fato é que este procedimento serviu como base para denúncia, que fora rechaçada pela Câmara dos Deputados Federais, em votação histórica, que mobilizou pessoas, jornais e emissoras de televisão, afinal era a primeira vez que um Presidente da República estava sendo acusado de crime comum no exercício de seu mandato. Aliado à crise econômica, a crise política vivenciada se agravou, gerando dúvidas quanto o poder de governabilidade do Presidente.

Ultrapassado a votação da Câmara, com a poeira tentando baixar, o douto Procurador, em entrevistas, firmou que irá oferecer nova denúncia com base na mesma colaboração premiada. O Brasil necessita de uma estabilização política para discutir as reformas apresentadas, o fatiamento de denúncias contra o Presidente não parece ser o meio mais adequado.

Se há investigações em curso como dito pelo próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em uma palestra em Washington (Existem investigações em curso e essas investigações, uma está mais adiantada que a outra, e se até o dia 15 de setembro, último dia útil do meu mandato, eu obtiver esse quadro definido, eu não posso deixar de fazer isso...), a meu ver, deveria ter aguardado para fazer de uma só vez.

Tais fatos levaram a defesa de Michel Temer, pedir a suspeição de Janot, requerendo ao M. Fachin que o afaste do inquérito que investiga o Presidente; "Parece pouco interessar ao procurador se o alvo a ser atingido, além da pessoa física de Michel Temer, é a instituição Presidência da República; as instituições republicanas; a sociedade brasileira ou a Nação. O fundamental é dar continuidade à sua sanha de arqueiro contumaz".

O oferecimento de várias denúncias em pequeno lapso temporal, além de enfraquecer a peça acusatória, deixa transparecer, mesmo que não seja verdade, uma perseguição a autoridade maior da nação e a despreocupação com a desejada estabilidade política.

* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).



Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes


Como lidar com a dura realidade

Se olharmos para os acontecimentos apresentados nos telejornais veremos imagens de ações terríveis praticadas por pessoas que jamais se poderia imaginar que fossem capazes de decair tanto.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra