Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Como melhorar o estágio no Brasil

Como melhorar o estágio no Brasil

16/08/2016 Marcus Garcia

Criado para complementar a formação acadêmica, o estágio no Brasil acabou perdendo seu objetivo educacional.

Uma cultura secular arraigada em nosso país parece pensar que estagiário é sinônimo de mão-de-obra de baixo custo. Uma espécie de ‘faz tudo’ e ‘pau para toda obra’ que é contratado sob os auspícios de aprendizado, mas que não se mostra efetivo.

Uma explicação para isso pode ser a elevada carga tributária brasileira associada às pesadas contribuições sobre salários, que tornam a operação das empresas muitas vezes um desafio. A Lei 6.494 de 1977, que regulamentava a situação dos estagiários, deixava enormes lacunas, o que permitia às empresas contratar estagiários com isenção dos encargos sobre os salários para cumprirem funções e papéis que não tinham relação com seu curso de formação.

A nova lei do Estágio (11.788 de 2008) corrigiu erros da antiga e regulamentou a atividade, mas ainda existe o ‘jeitinho brasileiro’, ou seja, continuar contratando estagiários beneficiando-se das isenções, mas sem o compromisso com o processo de aprendizagem favorável à formação do jovem.

Além disso, também existe a reclamação das empresas que dizem receber estudantes com pouca formação acadêmica. Para resolver esse problema, algumas organizações criaram os Programas de Trainee. Neste modelo, as empresas selecionam profissionais que estejam formados em até, no máximo, 24 meses e os preparam para atuação em posições de gestão.

É uma resposta das empresas à fragilidade de formação e modelo de preparação que as instituições de ensino ofertam. Outra solução seria a chamada Aprendizagem Cooperativa ou CO-OP. Esse modelo vem sendo aplicado com excelentes resultados na Universidade de Waterloo, no Canadá, e adotado em outras Universidades mundo afora.

A Aprendizagem Cooperativa é baseada em pesquisas que defendem a necessidade de cooperação como condição de desenvolvimento e progresso. Funciona com a revisão dos programas de ensino e aprendizagem que faz uma intercalação entre períodos letivos e momento com imersão total no mundo do trabalho, realizando avaliações e supervisão permanentes.

O estudante consegue alternar estudo com prática, fazer rodízio de funções, explorando opções para carreira e construindo um networking. Nessa modalidade, as empresas identificam talentos e ganham com as novas ideias e motivação dos estudantes.

As instituições de ensino que oferecem essa possibilidade atraem mais estudantes, com aumento da visibilidade e reputação, já que proporcionam enriquecimento da comunidade educacional com graduados bem preparados e projetos colaborativos com os empregadores.

Mas, o que seria ideal no Brasil? É necessário que o sistema de estágio seja adequado a cada realidade social, cultural e local. Quando um sistema é suficientemente flexível para permitir adequações a cada realidade, boas experiências podem ser obtidas e bons resultados conquistados.

Para isto, é fundamental que o estudante aplique no mundo do trabalho os conceitos que aprendeu na escola. E para a empresa deve ser visto como um investimento na renovação da organização, com as ideias e entusiasmo do jovem, que trará da escola novas visões de mundo que poderão ser adequadas à realidade corporativa.

Para isto ocorrer, a empresa precisa estar aberta ao novo e a escola deve efetivar seu papel formativo e se beneficiar das experiências das organizações para rever permanentemente seus currículos e práticas.

* Marcus Garcia é especialista em inteligência motivacional e gestão de pessoas, e atua como professor do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE), de Curitiba (PR).



A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado