Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Constituinte já, pode ser a saída…

Constituinte já, pode ser a saída…

12/04/2017 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Aquilo que o constituinte de 88 pretendeu já não se faz mais presente.

O “Manifesto à Nação”, assinado e publicado no Estadão do domingo (09?04) pelos advogados Modesto Carvalhosa, Flávio Bierrenbach e José Carlos Dias, três profissionais da mais alta relevância e serviços prestados a democracia brasileira, explicita claramente a falência da Constituição de 88 e a necessidade de uma nova Constituinte para recolocar o Brasil nos eixos.

Os autores citam o divórcio do texto em relação às necessidades da sociedade brasileira, a sua desfiguração por 95 emendas casuísticas já anexadas e a existência de mais de mil projetos com outras alterações. Logo, aquilo que o constituinte de 88 pretendeu já não se faz mais presente e talvez nem se aplique ao Brasil contemporâneo.

Que a Constituição – apesar de sua caudalosidade – não atende as necessidades brasileiras de hoje, já falamos, mesmo sem o brilho, o profissionalismo e a representatividade dos autores do Manifesto. Dias e Bierrenbach, é bom lembrar, trabalharam pela anistia e estão entre os articuladores da “Carta aos Brasileiros”, do prof. Goffredo da Silva Telles, que resultou na Carta de 88.

Isso lhes dá autoridade para, passadas quase três décadas, identificar a exaustão do texto, ao lado do não menos ativo e participante professor Modesto Carvalhosa. Os manifestos têm produzido grandes efeitos na vida política nacional, e os signatários de agora sabem disso.

Foi o Manifesto dos Mineiros, de 1943, que levou ao fim da ditadura Vargas, ocorrido dois anos depois. Em 1954, o próprio Getúlio Vargas, então eleito popularmente, foi alvo do Manifesto dos Coronéis, que exigia a demissão do ministro do Trabalho, João Goulart e levaria ao suicídio do presidente, além de intensificar a política nos quartéis até a ruptura de 1964, que derrubou o próprio Goulart.

Com o peso da experiência e dos anos, Carvalhosa, Bierrenbach e Dias defendem uma constituinte pura – não do parlamento, como a de 1988 – e que seus membros sejam impedidos de exercer mandato durante os oito anos seguintes.

Pregam a eliminação do foro privilegiado para autoridades e eleitos, o fim da desproporção de parlamentares por Estado, o voto distrital puro, o fim do Fundo Partidario e do custeio públicos das campanhas, a impossibilidade do parlamentar exercer ou indicar para cargo no Executivo, a eliminação dos cargos de confiança na administração pública com concurso para todas as funções, a possibilidade de aumentar impostos só depois de consultada a população em referendo, entre outras medidas saneadoras.

Também clamam pelo fim das nefastas emendas parlamentares, que são custeadas pelo dinheiro público e fazem parte do balcão de negócios entre Executivo e Legislativo. Os deputados só aprovam projetos do governo em troca das emendas para seus currais eleitorais; e o governo, sabendo disso, sempre acena com esses recursos quando tem matérias a aprovar, estabelecendo-se assim a promiscuidade em lugar do respeito e da fiscalização.

Oxalá essa manifestação ganhe eco, encontre os aperfeiçoamentos necessários para que a Constituinte nasça soberana e forte e o país possa reencontrar o elo perdido sem os vícios e as omissões que hoje infelicitam e fazem o povo sofrer...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes


Como lidar com a dura realidade

Se olharmos para os acontecimentos apresentados nos telejornais veremos imagens de ações terríveis praticadas por pessoas que jamais se poderia imaginar que fossem capazes de decair tanto.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O aumento da corrupção no país: Brasil, que país é este?

Recentemente, a revista The Economist, talvez a mais importante publicação sobre a economia do mundo, mostrou, um retrato vergonhoso para o Brasil no que diz respeito ao aumento da corrupção no país, avaliação feita pela Transparência Internacional, que mede a corrupção em todos os países do mundo.

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O voto jovem nas eleições de 2024

O voto para menores de 18 anos é opcional no Brasil e um direito de todos os adolescentes com 17 ou 16 anos completos na data da eleição.

Autor: Wilson Pedroso