Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Da esperada Reforma Política

Da esperada Reforma Política

21/11/2014 Bady Curi Neto

A Reforma Política, tão esperada e desejada, por diversos setores da sociedade, foi um dos principais temas das campanhas eleitorais, chegando ao ponto da Presidenta Dilma Rousseff afirmar, peremptoriamente, ser uma das principais prioridades de seu segundo governo.

Para tanto, em um populismo exacerbado, pretende a mais alta representante da nação convocar um plebiscito popular, chegando afirmar, durante sua campanha para reeleição que "Pela importância da reforma política, por tudo que ela carrega, pelo fato de ser necessária uma transformação de todas as instituições, a participação popular é uma questão fundamental, sem ela não se fará reforma política no Brasil". A necessidade premente de se fazer a reforma política no Brasil é inquestionável, mas o que se debate atualmente é se ela deve ser feita por plebiscito, referendum ou por iniciativa do próprio legislativo.

Sem adentrar no custo de um plebiscito ou referendo, que por óbvio, altíssimo e, certamente, será arcado pelo contribuinte, não vejo, pessoalmente, ser a melhor escolha, apoiando minha singela opinião em juristas de renome, como os Ministros Ayres Brito, Marco Aurélio e Gilmar Mendes, este, em recente entrevista, chegou a falar que a reforma política feita por plebiscito é "temerária" e de "difícil exequibilidade", isto porque, não se pode olvidar que são matérias eminentemente técnicas que vão ser discutidas, e de difícil compreensão para maioria da população.

Reproduzo a indagação do constitucionalista citado da Suprema Corte Brasileira: "Tenho dúvida sobre que perguntas serão dirigidas à população. Por exemplo: vai se adotar o sistema alemão misto distrital e proporcional? A população saberá distinguir?" Pelo simples questionamento verificasse a dificuldade de um plebiscito, dotado de vários questionamentos complexos. Além do mais, no plebiscito a elaboração da lei é realizada após o seu resultado, diferentemente do referendo, que se apresenta um projeto de lei para a população o referenda ou não, mas também aqui vivenciamos a complexidade da matéria a ser apresentada.

Por todos os ângulos que se examinem as duas formas apresentadas, salvo melhor juízo, apenas ludibriaria os anseios da população sem eficácia necessária, eis que retardaria a aprovação da reforma. Corrermos o risco de uma exposição irreal, com discussões e explicações pouco técnicas, em propagandas partidárias, elaboradas por marqueteiros, ao teor da última campanha eleitoral, o que não é salutar para um processo de tamanha seriedade e envergadura.

Pergunta-se, então, qual seria a solução? A resposta não é fácil, pois a almejada e necessária reforma ainda não foi realizada por falta, única e exclusivamente, de vontade política, mas por exclusão, não deve ser implementada através de plebiscito ou mesmo referendo, ficando a cargo e responsabilidade do congresso nacional. Por fim, as sociedades civis, entidades de classe, sindicatos, juristas, etc., não devem ficar alijadas deste processo, consciente de seu papel fundamental no Estado Democrático de Direito, têm o dever de pressionar o legislativo para sair da inércia cômoda e elaborar a sonhada reforma política da nossa República Federativa do Brasil.

*Bady Curi Neto é advogado, fundador do Bady Curi Advocacia empresarial e ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes