Homenagem ao Dias dos Pais
Homenagem ao Dias dos Pais
No Brasil a data é comemorada no segundo domingo de agosto, segundo alguns fomentado pelo comércio.
Muitos atribuem à origem desta data na Babilônia, onde um jovem príncipe, Elmesu, teria em argila, moldado o primeiro cartão para seu pai, rei da Babilônia, Nabucodonosor, felicitando e desejando vida longa.
Tal feito, há mais de 4.000 anos, deu origem na comemoração do Dias dos Pais. Em Portugal o dia é comemorado no dia de nascimento de São José, 19 de março, pai de Jesus Cristo, conforme tradição cristã.
No Brasil a data é comemorada no segundo domingo de agosto, segundo alguns fomentado pelo comércio. A realidade é que pouco importa o motivo da origem da data ou de sua veracidade e sim a homenagem que se faz para aquele, que juntamente com a mãe, deu origem, cuidou e criou seus filhos ao longo da vida.
Estas datas são emblemáticas para pais e filhos, que abrem mão de outros compromissos individuais para reunir a família, por um sentido maior: o amor. Os beijos e abraços de parabenização fazem-se encontrar os corações, que na correria do dia a dia podem passar desapercebidos por um simples cumprimento.
Meu pai, Bady Curi, deixou a vida terrena para outras tarefas diante de Deus. Desde sua ida para o lar celestial, há um ano, eu acordava todas as manhãs e o primeiro sentimento ao abrir os olhos era um vazio interior, uma dor que parecia não ter cura, não ter fim, uma saudade de seus conselhos, de seu sorriso, de seus abraços e de seus beijos.
Sim, beijos, como era gostoso poder beijá-lo e falar de boca cheia “eu te amo meu pai”, com toda ênfase e força que o pronome possessivo possa ter. Realmente, apesar da única certeza de a vida ser a morte, não se acostuma com ela.
Por maior que seja a convicção religiosa, que estamos na terra apenas de passagem, a ausência do ente querido nos deixa um oco no coração. Manuel Bandeira, poeta brasileiro, no Poema de Finados, vestiu este sentimento em palavras, ao dizer: “Amanhã é dia dos mortos. Vai ao cemitério. Vai e procura entre as sepulturas, a sepultura de seu Pai. Leva três rosas bem bonitas. Ajoelha e reza uma oração. Não pelo Pai, mas pelo filho: O filho tem mais precisão. O que resta de mim na vida, é a amargura de que sofri. Pois nada quero, nada espero. Em verdade estou morto ali. ”
A cada dia que passa consigo renascer um pouco, pela lembrança do tempo que passou e hoje a dor deu lugar a uma saudade doce, dos bons anos de convivência, de seus exemplos, de seu carinho, abraços, beijos e até mesmo de alguns desentendimentos.
Consigo olhar para o infinito e no escorrer de uma lágrima, sorrir, simplesmente, sorrir, lembrando de sua risada larga e alta, que antecedia sua chegada e perceber que a matéria quer dizer contato e não, obrigatoriamente, presença, pois se não fosse, DEUS, pai celestial de todos os seres, não estaria entre nós.
* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).