Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Mais liberdade, menos política

Mais liberdade, menos política

18/08/2014 Fábio Ostermann

A maioria das pessoas aprende desde cedo a viver sob valores como o respeito à liberdade, à paz e à propriedade alheia. São educadas desde a primeira infância a seguirem os pilares da ética liberal.

Desde a mais tenra idade aprendemos que “é feio” bater em nossos coleguinhas, pegar aquilo que não nos pertence, a dizer “por favor”, “me desculpe”, etc. E a maioria das pessoas leva para a vida adulta tais padrões de conduta. Não deixamos de roubar ou matar só porque é proibido e temos medo da prisão, mas porque está claro que é errado fazer isso.

A “regra de ouro”, que diz que não devemos fazer aos outros, aquilo que não desejamos a nós mesmos é algo tão presente em nossas vidas e em nossas relações interpessoais que às vezes nem percebemos. Uma pessoa pode não saber o que quer em todas as circunstâncias de sua vida, mas não aceitaria que um completo estranho viesse e arbitrariamente começasse a decidir em seu lugar que roupa usar, que cerveja beber, que tipo de estabelecimento comercial frequentar ou com quem se relacionar.

Em geral aceitamos que nossos pais influenciem tais escolhas até certa idade, mas mesmo nestes casos, aceitamos essa perda de autonomia muito a contragosto. Na esfera política, a mesma lógica não se aplica. Cidadãos zelosos das suas liberdades e preferências individuais agem como dóceis ovelhinhas, abdicando da liberdade em favor do paternalismo estatal, cada vez mais sufocante e claustrofóbico. Poucos se dão conta da incoerência entre a aspiração por liberdade, comum aos indivíduos, e a disposição em dar mais poder a uma entidade abstrata chamada “Estado”, composta por um grupo de pessoas que não nos conhecem, não sabem das nossas preferências e sequer se importam com a nossa existência.

Não se trata de demonizar políticos e agentes públicos. É preciso compreender que eles são apenas seres humanos, limitados e dotados de informações imperfeitas, buscando maximizar seus ganhos de acordo com os incentivos que lhes são dados. Como todos nós. A diferença é que, na busca por seu benefício próprio no mercado, as pessoas são levadas “como que por uma mão invisível” a buscarem o bem comum (atendimento das necessidades dos consumidores); enquanto na política as regras são outras, já que o benefício próprio (eleição ou reeleição) não passa pelo bem comum, mas sim pela capacidade em tirar de alguns (maioria da população) para distribuir a outros (pequenos grupos de pressão bem articulados).

A despeito da necessidade (amplamente discutível) da provisão de certos bens públicos pelo Estado, no Brasil a abrangência do governo sobre a sociedade extrapolou o limite do razoável. E devido ao conjunto de incentivos no sistema político, nossas escolhas eleitorais acabam sendo reduzidas a aventureiros carismáticos, imbecis (supostamente) bem-intencionados e notórios pilantras. Como mudar esse cenário? Não consigo vislumbrar outra maneira além da mudança de atitude para com o Estado.

Avanços graduais em direção a incrementos de liberdade são bem vindos. Mas, como ensinou Frédéric Bastiat, enquanto a maior parte da população continuar vendo o Estado como um meio de viver à custa dos demais (ignorando que é ele próprio quem vive à custa de todo mundo) teremos poucas chances de uma mudança substancial. Essa mudança passa por uma compreensão mais clara da lógica do mercado e da política.

Quem quer que nutra esperanças sobre a possibilidade do surgimento de uma figura messiânica dotada da capacidade de mudar “tudo isso que está aí”, se frustrará. É fundamental que tenhamos pessoas capazes, empreendedoras e corajosas para enfrentarem a luta política. Mas antes disso é fundamental que se modifique o clima de ideias predominante em nossa sociedade. Afinal, “somente ideias podem suplantar ideias” (Ludwig von Mises).

*Fábio Ostermann é Cientista Político (PUC/RS) e Diretor de Relações Institucionais do Instituto Liberal.



A importância do financiamento à exportação de bens e serviços

Observamos uma menor participação das exportações de bens manufaturados na balança comercial brasileira, atualmente em torno de 30%.

Autor: Patrícia Gomes


Empreendedor social: investindo no futuro com propósito

Nos últimos anos, temos testemunhado um movimento crescente de empreendedores que não apenas buscam o sucesso financeiro, mas também têm um compromisso profundo com a mudança social.

Autor: Gerardo Wisosky


Novas formas de trabalho no contexto da retomada de produtividade

Por mais de três anos, desde o surgimento da pandemia em escala mundial, os líderes empresariais têm trabalhado para entender qual o melhor regime de trabalho.

Autor: Leonardo Meneses


Desafios da gestão em um mundo em transformação

À medida que um novo ano se inicia, somos confrontados com uma miríade de oportunidades e desafios, delineando um cenário dinâmico para os meses à frente.

Autor: Maurício Vinhão


Desumanização geral

As condições gerais de vida apertam. A humanidade vem, há longo tempo, agindo de forma individualista.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O xadrez das eleições: janela partidária permite troca de partidos até 5 de abril

Os vereadores e vereadoras de todo país que desejam trocar de partido têm até dia 5 de abril para realizar a nova filiação.

Autor: Wilson Pedroso


Vale a renúncia?

Diversos setores da economia ficaram surpresos com um anúncio vindo de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.

Autor: Carlos Gomes


STF versus Congresso Nacional

Descriminalização do uso de drogas.

Autor: Bady Curi Neto


O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A Stellantis é rica, gigante, e a Stellantis South America, domina o mercado automobilístico na linha abaixo da Linha do Equador.

Autor: Marcos Villela Hochreiter

O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A verdade sobre a tributação no Brasil

O Brasil cobra de todos os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) sediados no território nacional, cerca de 33,71% do valor de todos os bens e serviços produzidos no país.

Autor: Samuel Hanan


Bom senso intuitivo

Os governantes, em geral, são desmazelados com o dinheiro e as contas. Falta responsabilidade na gestão financeira pública.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


População da Baixada quer continuidade da Operação Verão

No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves