Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Pedrógão Grande, tragédia no coração português

Pedrógão Grande, tragédia no coração português

23/06/2017 Amadeu Roberto Garrido de Paula

Não foi o primeiro nem será o último fogaréu das matas.

A tragédia de Portugal, neste momento, foi o confinamento de uma área habitada no interior das florestas em chamas. Não havia saídas, segundo os testemunhos de vítimas sobreviventes.

As estradas vicinais - de baixo e de cima - foram tomadas pelas cinzas e detritos e o espectro do fogo. O inferno. Os fugitivos, em pânico, trombaram seus automóveis. Sucederam-se as mortes, as queimaduras graves, o terror.

Pedrógrão Grande, característico por suas belezas naturais, suas relíquias presentes desde a idade do bronze, revelou-se um funil labiríntico. A natureza emitiu uma resposta raivosa contra o homem. Não se a agride sem resposta.

Obviamente, foi apenas um capítulo do drama no convívio homem-natureza. Incêndios inusuais já devastaram o Alasca, a Indonésia, o Canadá, os Estados Unidos, a França, a Espanha e a Ilha da Madeira, em Portugal. Outros virão, se nada for feito. E o homem é capaz de fazer. Ou desfazer o que não deveria ter feito.

Reze-se para que os incêndios florestais não confinem outras regiões escanteadas, pequenas, belas, habitadas, mas sem saída. Há momentos em que a única alternativa humana é a fuga e, desta feita, a natureza demonstrou que pode obstar a escapada. Contudo, o problema é conhecer as causas e agir para erradicá-las.

Aumento do aquecimento global acima de 2,0 graus celsius já é o primeiro fator. Geram temperaturas, em certos momentos, acima de 37%, o que é um grande sinal de alerta. Depoimentos deram conta de que, em plena noite alta, no instante da erupção do fogo, a temperatura atingia 45%.

A velha e veneranda Coimbra, situada a 50 km do incêndio, sentiu o escurecimento e o sufocamento de seus habitantes. O amor em Portugal, tão lindo, por pouco não ficou incandescente, não como o amor extremo, mas como o ódio dos demônios alimentados pelos humanos. Incêndios florestais não são necessariamente maus.

Mato é devastado, não raro, para dar lugar a árvores frondosas. O grande problema é a ação humana, na busca tresloucada pelo crescimento econômico e de supostos valores tecnológicos e industrializados, sem dar a mínima para as restrições naturais. Estas sempre houve, desde que a espécie humana logrou assentar-se neste ponto do universo.

Em suma, a natureza pode ser modificada e aproveitada por nossa espécie, desde que seus limites sejam respeitados. E há um ciclo perverso: o aquecimento gera a queima das florestas e os incêndios recrudescem o aquecimento. A evolução natural nos trouxe a este ponto civilizatório e podemos e devemos evoluir.

Como disse Aldous Huxley, em parceria com a natureza; não há combate e vitória sobre a natureza; há uma evolução conjunta de suas tendências e da inteligência do homo sapiens, que, ao desprezar a companheira, paga um alto preço pela separação.

* Amadeu Roberto Garrido de Paula é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.



O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan