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Pode-se mudar a forma de ler?

Pode-se mudar a forma de ler?

07/05/2014 Lucas Longo

Entre 1425 e 1456, Gutenberg imprimia a primeiro livro produzido em larga escala na Europa: uma bíblia. Antes, porém, os chineses já tinham técnicas de impressão de caracteres através de xilogravura, no século XI.

De lá pra cá, muita coisa se passou. Os livros se tornaram baratos, passaram a contar todo tipo de história e adotaram novos formatos. Com a tecnologia, vieram os e-books e livros animados. E eu me arrisco a colocar uma nova data na cronologia da leitura como conhecemos: março de 2014 – lançamento do Spritz. Aplicativo de leitura rápida lançado pela empresa norte-americana de mesmo nome, o Spritz promete permitir a leitura de até mil palavras por minuto. Nesse ritmo, é possível ver a bíblia de Gutenberg em módicas 13 horas.

Mas como ele faz isso? A ideia defendida por seus desenvolvedores (que passaram três anos estudando o modo como lemos) é que se fixarmos os olhos em apenas um ponto focal e mostrarmos todas as outras palavras naquele ponto, conseguimos agilizar nossa leitura pois o cérebro processa automaticamente o significado daquela palavra, entendendo no máximo 13 caracteres por vez. Conhecida como RSVP (Apresentação Visual Rápida e em Série), a técnica em si não é nova, mas é a primeira vez que ela é adaptada para telas pequenas.

Esta tecnologia deve chegar nas mãos do consumidor final através de uma parceria com a Samsung, que trará o app no novo Samsung Galaxy S5 e no smartwatch Samsung Gear 2. O conceito de leitura dinâmica não é novidade. Os primeiros cursos surgiram no começo do século XX, ensinando técnicas diversas. Há quem defenda que uma coluna menor ajude a ler mais rápido, e quem diga que é preciso ir pulando linhas para entender toda a ideia do livro ou apresente pontos focais na página como suficientes para a leitura.

Hoje é ainda mais fácil ter contato com algumas destas técnicas: basta procurar na sua loja de aplicativos que você encontrará diversos apps que prometem aumentar consideravelmente sua velocidade de leitura. Mas com o Spritz é a primeira vez que uma grande empresa realmente compra a ideia. Sua vantagem em relação aos outros apps e métodos de leitura dinâmica é o fato de ser muito fácil de aprender. Os desenvolvedores defendem que é possível começar a ler com Spritz com um treino de apenas cinco minutos, e que mesmo que você passe um mês sem usar o app, certamente conseguirá ler novamente sem precisar de qualquer treinamento.

Desenvolvido especificamente para leituras em pequenas telas, como os smartphones, o Spritz tem a imensa vantagem de ser totalmente pensado para as novas tecnologias. Você não precisa ficar arrastando a página para baixo pra conseguir finalizar a leitura de uma coluna. O Spritz apresenta todas as palavras do texto em um único ponto, permitindo uma leitura rápida a qualquer instante. A novidade despertou sentimentos opostos. Alguns amaram sua praticidade e rapidez.

Outros já defendem que ele vai tirar todo o prazer da leitura. Normalmente os que se enquadram na segunda opinião são os mesmos que não gostam muito dos e-books e defendem o livro em papel. Essa é uma discussão que está longe de terminar, e certamente não será o Spritz quem dará a palavra final. Em uma entrevista, o fundador e executivo-chefe da empresa, Frank Waldman, explica que um bom uso do app seria para ler seus e-mails através de um smartwatch.

O objetivo do Spritz é ajudar a realizar mais rapidamente tarefas chatinhas do dia-a-dia para ter mais tempo para fazer o que quiser, como ler um bom livro com calma ou passear com a família. A tecnologia vem apresentado diversas novidades referentes ao mundo da leitura. Basta uma rápida pesquisa para encontrarmos livros animados para crianças, leitores on-line, redes sociais sobre livros e até mesmo os apps que ajudam a ler mais rápido. O mercado editorial também passa por mudanças.

Antes os autores dependiam exclusivamente das editoras para suas criações chegarem ao mercado. Hoje eles podem lançar seus livros em versão digital, o que diminui drasticamente seu custo. Existem também mais formas de se apresentar para o grande público. O app Wattpad, por exemplo, permite que qualquer pessoa crie histórias e as disponibilize por capítulos. Os escritores amadores alcançam números impressionantes, muitos têm mais de um milhão de leitores fieis acompanhando suas narrativas.

O Wattpad tem atualmente 2 milhões de escritores que produzem em média 10 mil textos por dia para seus 20 milhões de leitores. Este é uma iniciativa que prova dois fatos: primeiro, que as pessoas querem e gostam de ler; e segundo, que a tecnologia pode sim incentivar o gosto pela leitura. Esta é uma discussão que não pode ter apenas dois pontos de vista. Trabalhar apenas com “contra” ou “a favor” da tecnologia no processo de leitura minimiza os diversos exemplos e argumentos existentes. Precisamos pensar em como um pode ajudar o outro a continuar e entender que existe espaço para todos os tipos de leitura.

*Lucas Longo, CEO e fundador do iai? – centro de treinamento e produtora referência em mobile.



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