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Quem deve educar os nossos filhos?

Quem deve educar os nossos filhos?

18/10/2014 Roberto Lacerda Barricelli

Desde a promulgação da Constituição de 1988 que a educação foi erroneamente definida como um direito de todos e um dever do Estado, mas o que é Educação?

Educação é apenas o que se aprende nas instituições de ensino, ou está amparada, ou melhor, fundamentada, por uma base de valores morais e éticos que aprendemos através de instituições sociais sólidas como a família, a própria religião, igreja e até através do autodidatismo, com a compreensão da história, da filosofia, da ciência, pelo esforço próprio, e não simplesmente porque alguém "nos ensinou assim"?

Esse é o grande erro de se definir educação como um dever do Estado, pois dá ao mesmo o poder de interferir nas relações entre os indivíduos, seja criando leis arbitrárias e ditatoriais que interferem na educação que os pais passam aos filhos, até o ensino ministrado nas escolas e faculdades. Não só, interfere na nossa própria busca pelo conhecimento e acesso aos mais diversos meios existentes. Ocorre que a verdadeira classe dominante é a que compõe o Estado.

São os políticos, funcionários públicos e corporativistas que se deixam cooptar e cooptam a máquina pública para obter benesses em troca de favores, tudo em benefício próprio e em detrimento dos interesses dos demais. A responsabilidade pela base educacional de nossos filhos compete a nós, pais, avós, tios, enfim, tutores desses pequenos seres humanos em formação. Nós que temos a responsabilidade de lhes passar os valores morais e éticos adequados, como o respeito ao direitos naturais à vida, propriedade privada e liberdade.

Se fazemos isso através apenas da criação privada, ou do convívio na Igreja, ensino religioso, filosófico, através das ciências, etc., é algo que compete só a nós decidirmos. O que vejo na sociedade brasileira (em em muitas outras, em estágios mais avançados, ou próximos) consiste em uma "troca voluntária" distorcida. Está entre aspas por um motivo simples, essa troca é imposta, mas satisfaz há muitos. Explico, o Estado brasileiro tem lentamente retirado nossas liberdades (econômica e individuais), contudo, tem assumido, em troca, as nossas responsabilidades e socializado as consequências.

Está é uma troca forçada, contudo, que "voluntariamente" muitos aceitam, ou não se opõe, por ser mais confortável não ter que assumir individualmente as próprias responsabilidades, nem as consequências pelos próprios atos. Não é à toa que vemos muitos indo ás ruas protestar contra problemas inerentes à intervenção estatal em nossas vidas, como os elevados índices de homicídios ao ano, pedindo por mais Estado, ou seja, mais veneno para curar o envenenamento (mas não na forma de soro).

Isto deixa aos cidadãos que não querem se submeter ao Estado como reféns dessa patota lá instalada e "legitimada" pelos idiotas úteis que lhe servem de base social. A educação está aparelhada por àqueles que há décadas controlam o Estado brasileiro e avançam com esse projeto espúrio de poder, sem que muitos percebam, a não ser quando já não houver meios de reagir. Jogar filhos contra os pais, criar uma cultura de intolerância entre religiões (na meta de fundar uma religião oficial alicerçada nos ideais marxistas) e destruir as relações individuais, são estratégias antigas para doutrinação e dominação de uma sociedade.

Ver muitos pais satisfeitos por "jogarem" seus filhos em campos de doutrinação, aos quais conhecemos como escolas estatais, esperando que os professores os eduquem totalmente, tirando desses pais tal responsabilidade, não é só preocupante, como também chocante. A preocupação hoje está mais concentrada em não perder o Bolsa Família e em culpar o outro pelos próprios erros, do que cuidar do ser que trouxe a este mundo. A sociedade brasileira está em alto nível infectada pela cultura do estatismo, que se baseia em esperar que o Estado faça por nós aquilo que compete a nós mesmos, mesmo que tenhamos que abrir mão de algo tão precioso como a nossa liberdade.

Estamos deixando que o Estado lentamente substitua todas as nossas instituições sociais mais importantes, sem medir as consequências disso. Com o enfraquecimento de tais instituições o Estado se expande e intervém cada vez mais em nossas vidas, mas muitos mal percebem isso. A escola é um local onde o aluno deve ter acesso a uma formação pedagógica e profissional que lhe permita descobrir e explorar suas aptidões, visando seu desenvolvimento dentro do mercado, seja como empregado ou empreendedor/empregador.

É também um ambiente que permite o contato com outros indivíduos em situação parecida e a troca de experiências que o ajudará a viver em sociedade, desde que somado aos valores morais e éticos aprendidos em casa. O ensino profissional, seja na escola, faculdade, ou cursinho, é um bem econômico, não um direito, e deve ser obtido por cada indivíduo, quando ainda incapaz através de seus pais ou familiares responsáveis, e quando produtivamente capaz, através do próprio esforço.

Em casa ensinamos nossos filhos a lidarem também com a derrota, na escola ele obtém a experiência prática disso, por exemplo, em competições esportivas, científicas, debates, etc. Ensinamos também a se portar quando vitorioso, na escola ele pode praticar isso nas mesmas situações. Ou seja, a escola é uma instituição que fornece a base para a formação profissional que pode ser explorada pelo resto da vida, através de especializações, graduações, pós-graduações, e assim por diante, que valorizará a mão de obra futura e permitirá o aumento da produção de riqueza, tornando tal sociedade cada vez mais rica e próspera, e um local onde também podemos praticar o que aprendemos em casa.

Por fim, cabe a nós, pais, passar aos nossos filhos a base que nortearão seu desenvolvimento enquanto indivíduo. É a educação familiar a responsável pela formação de indivíduos conhecedores e respeitadores dos direitos à vida, propriedade privada e liberdade uns dos outros, pois é esta a única educação cuja base é fomentada por tais valores éticos e morais sólidos. Dar ao Estado tal dever e deixá-lo definir o ensino como um direito e não como um serviço, como é realmente, é permitir a destruição das relações familiares, individuais e a transformação da educação em instrumento de controle estatal sobre todos nós, até que não haja mais o que controlar e viremos todos prisioneiros e dependentes dessa entidade abstrata, monopolista, interventora e agressora que é o próprio Estado.

* Roberto Lacerda Barricelli é Jornalista, Assessor de Imprensa do Instituto Liberal e colunista do Clube Farroupilha e do Cube Miss Rand.



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