Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Reforma trabalhista e o muro de Berlim

Reforma trabalhista e o muro de Berlim

19/09/2017 Maria Inês Vasconcelos

Infelizmente, a reforma em comento, é mais uma tentativa de confundir a sociedade brasileira.

Sob o manto de aumentar a competitividade, modernizar, diminuir os custos das relações de emprego e gerar crescimento econômico, foi aprovada, a chamada reforma trabalhista; regida pela Lei 13.467 de 13 de julho de 2017, que entra em vigor no dia 11 de novembro modificando mais de cem artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Infelizmente, a reforma em comento, é mais uma tentativa de confundir a sociedade brasileira, quanto às dimensões reais, do que de fato está ocorrendo no mundo do trabalho neste país. Fala-se muito de modernização, diminuição de custos com o passivo trabalhista, aumento da produção e flexibilidade.

Mas o verdadeiro fator motivacional desta reforma é puramente impedir o acesso à justiça e asfixiar o trabalhador brasileiro, criando um verdadeiro muro entre a empresa e o trabalhador, segregando estes últimos. O discurso de necessidade de modernizar as relações de trabalho e fazer o país crescer são apenas subterfúgios utilizados pelos que terão benefícios diretos com a precarização dos direitos trabalhistas, qual seja: a elite empresária, representada no capital especulativo e internacional.

Temos que ter consciência, a justiça e a paz estão situadas no equilíbrio entre a força do capital e a força do trabalho. Sempre foi assim. É somente essa consciência, que poderá nos libertar desta âncora, que nos prende às ideias vendidas pela mídia, e nos faz acreditar piamente, de que a precarização do direito do trabalhador e as restrições de acesso à Justiça, irão retirar o Brasil da grave crise econômica em que se meteu.

Empobrecer o trabalhador é a contramão do crescimento, pois trabalhador pobre não consome. Assim, espera-se daqueles que possam realmente corrigir os desvios propiciados pela reforma, no campo social e jurídico, atitude, pois será necessário reequilibrar, a força capital-trabalho.

Não podemos assistir pacificamente, o estatuto inconstitucional e desumano, implantado com esta suposta " reforma”, o que nem de longe vai possibilitar o alcance da prosperidade tão almejada e tampouco salvar um país desmantelado por grave crise institucional, econômica e política.

Como disse Sêneca: "É sempre importante separar duas coisas: o temor do porvir, e a lembrança dos fatos já ocorridos." Construir um muro de Berlim, não emudecerá a justiça e tampouco os trabalhadores.

Enfim, é preciso torcer para o resgate do pensamento humanístico na relação homem-trabalho, temer o porvir e agir enquanto é tempo. Caso contrário, assistiremos a muitos confrontos, embates jurídicos, crise social, sofrimento e, finalmente, a queda do muro.

* Maria Inês Vasconcelos é Advogada Trabalhista, especialista em direito do trabalho, professora universitária, escritora.



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes