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Mobilidade inteligente: por que não estamos prontos para ela?

Mobilidade inteligente: por que não estamos prontos para ela?

08/05/2017 Marcos Villela Hochreiter

Projetos partem do princípio que cidades e estradas têm boa infraestrutura e a evolução da telecomunicação sem falha.

Mobilidade inteligente: por que não estamos prontos para ela?

Estamos sendo bombardeados diariamente com informações sobre o futuro da mobilidade. As promessas são de uma mobilidade inteligente, autônoma e compartilhada, com mais segurança e menos impacto ambiental. Tudo graças às tecnologias de conectividade, softwares avançados, algoritmos, sensores modernos, energias limpas etc. Porém, gostaria de colocar alguns pontos para reflexões a partir de muitas reportagens feitas sobre realidades presenciadas na Europa e no Brasil. Vamos lá:

Até os anos 2010, todos os veículos foram pensados e projetados pelas engenharias das fabricantes para rodar em qualquer ambiente urbanizado, independentemente da infraestrutura e do nível educacional dos condutores. Até então, os veículos automotores que rodam na Europa e no Brasil são similares, passando apenas por adaptações, como suspensões e pneus mais resistentes (por isso mais pesados) para suportar a nossas péssimas ruas e estradas. Os motores também são adaptados para sobreviverem com os nossos combustíveis com qualidade inferior. Sistemas antifurto são instalados para, pelo menos, resistir aos amigos do alheio menos "especializados".

Já os veículos que começaram a ser projetados desde o início desta década e que serão lançados em um futuro próximo partem do princípio que as cidades e estradas terão excelente infraestrutura e que a telecomunicação entregará redes com 101% de confiabilidade. E também que a segurança pública não seja um problema. Aqui começa a ampliar o abismo que existe entre a Europa e Brasil (ou Hemisfério Sul, como alguns engenheiros gostam de pontuar).

Os fabricantes de veículos, principalmente os de comerciais de carga, trabalham com a possibilidade de caminhões autônomos em ambientes controlados (fechados), como mineradoras, fábricas, aeroportos e fazendas do agronegócio altamente tecnológicos. São ambientes nos quais os investimentos e a gestão da infraestrutura não dependem do governo.

É verdade que um dia todas essas inovações chegarão ao Brasil. Só não sabemos quando. Talvez, depois que as cidades não tiverem 170 arrastões em seus ônibus por mês, como corre atualmente em Belo Horizonte. Talvez depois que a conectividade funcionar nas estradas entre duas importantes cidades, o que ainda não ocorre nem entre São Paulo e Campinas, para ficarmos só no exemplo de duas importantes cidades. Talvez, depois que obras prometidas para uma data não sejam entregues com 20 anos de atraso, como a ferrovia Norte-Sul (ainda não concluída) ou a BR-163, também inacabada. E as obras da Copa, então?

O compartilhamento de veículos é uma ideia excelente. Mas quando estaremos prontos para ela? Talvez depois que termos noções básicas de convivência, tais como usarmos um banheiro, deixando-o limpo para o próximo usuário? Depois de sabermos respeitar um semáforo? E a placa Pare? Depois que após um acidente de caminhão, não roubarmos a carga?

Não sabemos ainda nem compartilhar nossas estradas. Quando vamos aprender que a faixa da esquerda deve ficar livre para quem precisa ir mais rápido? Quando vamos aprender a sinalizar que vamos mudar de faixa de rolagem?

Ainda quero acreditar que campanhas de educação funcionam. Mas quando vamos investir mais nelas? A campanha Maio Amarelo deveria ser pelo ano interior e por décadas.

O metrô de São Paulo fez muitas campanhas para que as pessoas, ao estarem paradas na escada rolante, fiquem do lado direito para deixar o lado esquerdo livre para quem está com mais pressa.

Esta campanha funcionou, pois é raro vermos pessoas paradas do lado esquerdo. Isso é uma prova de que campanha educacional funciona.

A lista do que precisamos evoluir poderiam ser longa, mas está na hora de concluir.

As novas tecnologias vão trazer muitos benefícios, como segurança contra acidentes e mobilidade sustentável. Porém, já está nos cobrando muita evolução. Do contrário, crescerá o abismo entre os hemisférios Sul e Norte e os fabricantes terão que continuar desenvolvendo veículos para realidades diferentes. O triste é isso acontecer em uma era na qual a informação está tão disponível e circulando de forma tão rápida. Estamos conhecendo os benefícios da mobilidade inteligentes, mas, por enquanto, vamos ficar só na vontade ou apenas com uma pequena parte dela.



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