Mulheres: igualdade de gênero
Mulheres: igualdade de gênero
Os exemplos ao longo da história servem de reflexão e motivação.
Na história contemporânea, a luta pelos direitos das mulheres data de 1791, quando Olympe de Gouges apresentou à Assembléia Nacional da França a Declaração dos direitos da mulher e da cidadã para contrapor a Declaração dos direitos do homem e do cidadão. A proposta não foi aprovada e ela foi levada à guilhotina em 1793.
Nos tempos bíblicos encontram-se alguns exemplos de mulheres que conseguiram desempenhar um papel significativo, acima do padrão de uma sociedade estritamente patriarcal. O que encorajou essas mulheres a assumirem a liderança sem que houvesse um movimento social por seus direitos? Um exemplo é o de Ester, uma órfã judia que foi escolhida para ser rainha e se manteve centrada no poder da oração, arriscando sua vida para servir ao povo, conduzindo-o à liberdade.
Outro exemplo é apresentado no livro de João. Uma mulher adúltera foi levada a Jesus. Segundo as leis da época, ela deveria ser condenada ao apedrejamento. Quando perguntaram a Jesus se deveriam agir como determinava a lei, após refletir por uns momentos, ele lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.
Depois disso, um por um saiu e ninguém atirou nenhuma pedra. Com sua pergunta, Jesus apontou para um sentido mais puro de justiça combinado com a compaixão, demonstrou a necessidade de ter um padrão de vida mais honesto e sincero, além de expressar sensibilidade em relação à desigualdade de gênero presente na sociedade.
Ao mesmo tempo, Jesus revelou-lhes a existência de uma lei espiritual que ampara a todos em igualdade de condições e não faz distinção entre sexo, raça ou classe social. Ele possibilitou aos homens que lhe trouxeram a mulher adúltera pensarem em um conceito mais elevado do gênero humano, ao ponto de não a condenarem.
Entretanto, a condenação à mulher não terminou naquele momento. Mulheres continuaram sofrendo perseguições e injustiças. Mas, no fim do século XIX, uma mulher nos Estados Unidos tornou-se teóloga e escritora: Mary Baker Eddy fundou uma religião e um jornal, duas atividades atípicas para uma mulher de sua época. Com o estudo da Bíblia, ela percebeu a importância da espiritualidade da mulher desde aqueles tempos e escreveu em seu livro intitulado Não e Sim: “Que não se diga em Boston que a mulher, ‘a última ao pé da cruz e a primeira junto ao sepulcro’, não tem direitos que não devam ser respeitados pelo homem. Na lei natural e na religião, é inalienável o direito da mulher de atingir o mais alto grau da compreensão esclarecida e de ocupar os mais altos postos no governo, e esses direitos são habilmente defendidos pelos mais nobres representantes dos dois sexos. Chegou a hora da mulher, com toda a sua doçura e suavidade, bem como com reformas morais e religiosas.”
Nos séculos XIX e XX, os movimentos sociais se intensificaram e promoveram conquistas significativas em diferentes países, mas a desigualdade de gênero continua sendo um tema relevante na sociedade atual.
Os exemplos ao longo da história servem de reflexão e motivação para a expressão das qualidades espirituais que geram atitudes mais justas e honestas reconhecendo a igualdade de gênero.
* Ana Carla Vicencio é Comitê de Publicação da Ciência Cristã e escreve reflexões sobre espiritualidade e bem-estar. Email [email protected] Twitter @AnaCVicencio