Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O peso da improbidade no destino das pessoas

O peso da improbidade no destino das pessoas

30/04/2022 Wagner Dias Ferreira

O homem já em tempos pré-históricos se reunia em volta das fogueiras onde foi aperfeiçoada a linguagem humana.

Nestas oportunidades, iniciou-se a transmissão oral das tradições em que muito provavelmente os guerreiros contavam suas aventuras e os mais velhos suas experiências.

O saldo dessa comunicação primitiva gerava confiança nos aldeões e a partir daí eles entregavam seu destino ao governo dos anciãos e à força dos guerreiros.

Com a evolução, estes anciãos e guerreiros começaram a declarar que sua sabedoria e força eram dadas por Deus. E por isso se desenvolve a ideia de um governo sacerdotal ou religioso fundamentado em uma divindade.

E essa ideia de governo com amparo divino ou religioso persegue a humanidade até os iluministas, quando começa a ser concebido o conceito de governo decorrente do Contrato Social.

O governo não flui de uma relação divino religiosa, mas de um acordo dos cidadãos que estabelece o modo de funcionamento da sociedade.

No mundo contemporâneo, este contrato social se exprime nas Constituições, que evoluíram incorporando preceitos e direitos para seu aprimoramento.

Neste sentido, o comportamento probo na gestão pública, por qualquer de seus servidores, tornou-se uma exigência, que se não cumprida deveria ser punida tanto nas esferas administrativa, cível e criminal.

Podendo afirmar que é esperado do servidor público comportamento moral, na esfera de sua vida individual, acima da média da sociedade, da mesma forma, havendo algum tipo de hierarquia no serviço público, é obrigatório que aqueles que exerçam funções hierarquicamente mais elevadas, tenham ainda mais alto nível moral a apresentar.

Como muitas vezes o Estado é a vítima dos atos de improbidade, mostra-se adequado o entendimento do STJ no sentido de que não se aplique, nos casos de improbidade, a chamada responsabilidade objetiva.

Por isso, é indispensável entender que Todo Poder emana do povo e em seu nome será exercido. Essa máxima republicana exige que o agente político seja leal, leal às instituições republicanas considerando que foi o povo que as instituiu para gerir o Estado, tudo conforme disposto na Constituição do País.

O conceito legal de probidade administrativa do governante o obriga a deveres de honestidade, imparcialidade e legalidade. Na atual lei, foi suprimida expressão dever de lealdade.

No entanto, interpretada a Constituição no conjunto de seu texto, a lealdade às instituições é obrigatória, ainda que a modificação legal tenha trazido um retrocesso na legislação, não altera a orientação Constitucional para o bom funcionamento do Estado.

Imperioso portanto que o gestor público, de qualquer nível, demonstre comportamento moral, em sua conduta íntima e pessoal, superior à média dos seres humanos que compõem a sociedade.

Participar do poder, seja como servidor público de base, seja como de cargo eletivo, observadas suas posições hierárquicas, obriga cada servidor a manter um comportamento probo, não só por determinação legal, mas por entender, como nos tempos pré-históricos, que as pessoas do povo estão a entregar nas mãos desses servidores suas vidas e seus destinos, ou frações de vida e destino.

* Wagner Dias Ferreira é Advogado Criminalista e Vice-Presidente da Comissão de Direitos Humanos OAB/MG.

Para mais informações sobre improbidade administrativa clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes