Reflexões sobre a Alma
Reflexões sobre a Alma
Você já percebeu que na maioria das vezes utilizamos as palavras sem pensar na sua definição?
Incorporamos conceitos que foram construídos ou introduzidos em nossa cultura e acreditamos que são suficientes para nossa comunicação, até que alguém nos faz uma pergunta e percebemos que precisamos consultar o dicionário.
Foi o que aconteceu comigo, quando tive de explicar a definição de “Alma” para duas jovens.
Dentre as definições que o dicionário apresenta, chamou-me a atenção uma expressão utilizada na engenharia civil. Como eu não tenho nenhuma proximidade com essa área, achei curioso utilizarem no ramo da construção uma palavra tão explorada pela teologia e pela filosofia. “Alma de viga” é o termo que significa “a parte da viga que tem como principal objetivo resistir a esforços transversos”. Fiquei ponderando essa expressão por algum tempo, buscando uma conexão entre a “resistência a esforços transversos” no comportamento humano e a resiliência —termo que a psicologia empresta da Física (resistência de materiais)— e o conceito de Alma como Deus, contido no livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy.
A essência dos sentimentos mais puros têm origem na Alma, Deus. Mas encontrar a ideia de sustentação da viga ampliou a forma de expressar aquilo que eu já sentia. A Alma, como sinônimo de Deus, não seria a estrutura espiritual que nos sustenta, nos encoraja e purifica nossos pensamentos nos momentos de adversidade? Passei então a sentir como a Alma é a estrutura que regula os sentimentos mais puros, como o afeto de uma mãe por seu filho. É tão confortador pensar que a fonte de nossos pensamentos está em uma estrutura equilibrada e indestrutível.
Certa vez, o diretor da empresa em que eu trabalhava se dirigiu a mim dizendo que eu expressava o melhor comportamento em tempos de crise, referindo-se ao aspecto da resiliência. Embora fosse algo que eu realmente buscasse expressar, não imaginava que isso poderia ser tão visível dentro de uma grande equipe. Fiquei surpresa com a observação, mas pude depois entender que meu estudo do livro Ciência e Saúde mostrava-me como naturalmente deixar transparecer tais qualidades.
Tal experiência deixou-me claro que, quando a qualidade de pensamento é boa e se torna visível, estamos expressando a Alma.
* Ana Carla Vicencio é do Comitê de Publicação da Ciência Cristã e escreve reflexões sobre espiritualidade e bem-estar. Email [email protected] Twitter @AnaCVicencio