Plataformas digitais faturam equivalente a 48,8% do PIB brasileiro
Plataformas digitais faturam equivalente a 48,8% do PIB brasileiro
FENAJ apresenta proposta de taxar parte para financiar jornalismo.
As cinco principais plataformas digitais do mundo faturaram US$ 889 bilhões no ano de 2019, valor que representa 48,8% do PIB brasileiro. Parte desses recursos provem da circulação do conteúdo jornalístico, mas os veículos e profissionais não recebem por eles.
Para corrigir essa distorção, a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) apresentou neste sábado, dia 18/09, uma proposta de taxação progressiva dessas plataformas. O objetivo é criar um fundo destinado à promoção do “jornalismo de qualidade”, como afirmou a presidente da entidade, Maria José Braga, no primeiro dia do 39º Congresso Nacional dos Jornalistas.
Os números do faturamento de Google, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft foram apresentados pelo professor Sérgio Amadeu no painel “Redes Digitais: reflexão ou adesão?”. Mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, Amadeu explicou o caráter mediador que as plataformas exercem:
“As plataformas extraem dados, criam padrões e, com isso, criam modelos de comportamento. Quando se diz que quem produz o conteúdo é o usuário, é verdade”, disse ele que integrou o Comitê Gestor da Internet no Brasil (2003-2005 e 2017-2020).
Amadeu diz que as plataformas atuam como intermediárias entre a oferta e a procura por algo e interferem nas formas de produção e consumo daquilo que por elas circula. Para ele é necessária uma lei específica para regular as plataforma, de forma que não é feito pelo Marco Civil da Internet.
Para os jornalistas diz que é preciso não aceitar ser submetido à lógica de avaliação por métricas de consumo. Segundo Amadeu, esse padrão que visa a quantificação de acessos, empobrece a qualidade dos conteúdos. Ele afirma que o jornalismo nunca foi tão importante e “não pode ser precificado como o Felipe Neto. É outra lógica”.
Fonte: IAA Comunicação