Academias de letras
Academias de letras
Algumas pessoas pensam que Academia de Letras é instituição anacrônica, totalmente desligada do mundo atual.
Não subscrevo essa opinião. Nas academias os membros estimulam uns aos outros. Relatam-se os textos em andamento, os livros projetados ou concluídos etc. É um ambiente fraterno. Contrasta com as ferrenhas disputas do universo capitalista.
Numa época em que se exalta a matéria, todos aqueles que privilegiam o espírito encontram-se na contramão. Mas é a contramão que faz o mundo avançar, e não o pensamento convergente.
A história das academias registra casos em que o pretendente a cadeira só foi eleito depois de várias tentativas.
Por outro lado, houve prosadores e poetas aos quais se recusou o cetro acadêmico, mas que se tornaram imortais pela grandeza da obra. Foi isto o que aconteceu com Geir Campos.
O grande Geir pretendeu ingresso na Academia Brasileira de Letras. A vaga, para desprestígio da instituição, lhe foi negada. Essa recusa não obscureceu sua glória.
Geir Nuffer Campos nasceu em São José do Calçado, cidade em que residi durante o tempo em que fui Juiz de Direito da Comarca.
Já residindo em Niterói, ele foi a sua terra natal e nos visitou. Fomos presenteados com originais de trabalhos seus que guardo ciosamente.
Em São José do Calçado Geir quis visitar a casa de sua infância e tive a honra de acompanhá-lo nessa visita. Foram momentos de grande emoção para a alma do poeta.
A Academia Espírito-Santense de Letras recebeu um novo membro – o poeta Sérgio Blank. Sensível, ele escreveu poesia e literatura para crianças.
Sérgio é um pacifista, como pacifista deve ser todo poeta. Guerra é negação de humanidade. Não combina com Poesia.
* João Baptista Herkenhoff é Juiz de Direito aposentado (ES), palestrante e escritor.
Fonte: João Baptista Herkenhoff