A Produção Agropecuária Brasileira e a Preservação Ambiental
A Produção Agropecuária Brasileira e a Preservação Ambiental
É possível a agropecuária brasileira produzir o suficiente tanto para o consumo interno como para exportação e ainda preservar o meio ambiente.
A Revista Dinheiro Rural publicou na sua Edição de novembro de 2012, na Coluna Porteira Aberta, matéria intitulada “O Gigante Rebanho Brasileiro” de autoria de Darlene Santiago em que apresenta dados dos rebanhos comerciais do País referentes a 2011 divulgados pelo IBGE em outubro desse ano no qual o Brasil possui em torno de 1.586.874.500 animais distribuídos nas seguintes espécies ou categorias: Bovinos (corte e leite) – 212,8 milhões; Búfalos – 1,3 milhão; Equídeos – 5,5 milhões; Jumentos, Jegues e Asnos – 974,5 mil; Ovinos – 17,6 milhões; Caprinos – 9,4 milhões; Suínos – 39,3 milhões e Aves – 1,3 bilhão. Existem ainda os animais silvestres (aves, mamíferos e répteis), os animais em cativeiro e os animais domésticos como cães e gatos, que “só Deus sabe quantos são”!
No Censo realizado pelo IBGE em 2010 a população brasileira era de 190.755.799, distribuída nos 5.565 municípios.
A extensão territorial do Brasil é de 8.514.215,3 km², ou seja, na medida oficial para se medir áreas de propriedades rurais, correspondem a 8.514.215.300 hectares, pois cada km² equivale a 100 hectares, que corresponde a 100 campos de futebol com medidas oficial.
Segundo especialistas o Brasil possui 90 milhões de hectares agricultáveis e a pecuária bovina ocupa mais 199 milhões de hectares, ou seja, em torno de 70% de toda área utilizável para fins produtivos pelo setor primário da nossa economia se destina a pecuária bovina! Desses 90 milhões de hectares em torno de 65,3 milhões são cultivados, sendo que 50 milhões com grãos e o restante 15,3 milhões com outras culturas. As lavouras de soja, milho, arroz, feijão, cana de açúcar, algodão e eucalipto ocupam 90% de toda a área agricultada no País!
Segundo levantamento do IBGE a safra de grãos 2011/2012 foi de 161,96 milhões de toneladas para uma área cultivada estimada de 49,9 milhões de hectares, correspondendo a uma produtividade média estimada de 3.246 kg por hectare.
Em 18 de outubro de 2012 foi publicado no Diário Oficial da União o novo texto do Código Florestal Brasileiro, depois muitas “idas e vindas”! Mesmo já publicado existem ainda pontos polêmicos relacionados às Áreas de Preservação Permanente (APPs) como: proteção de nascentes, proteção das margens dos cursos d’água (mata ciliar), proteção de encostas e topos de elevações e por último, recomposição das matas ciliares por espécies frutíferas.
A meu ver esses pontos polêmicos são passíveis de serem resolvidos com argumentos técnicos e o exercício de raciocínio a seguir: Seriam necessárias para apascentar as 153.830.380 Unidades Animal (UA) existentes em torno de 102.553.580 a 153.830.380 hectares de pastagens e não os 199 milhões estimados hoje, simplesmente com a melhoria e/ou recuperação das pastagens degradadas;
Necessitaríamos para produzir pelo menos 191 milhões de toneladas de grãos de uma área de 59 milhões de hectares, com base no “Conceito do falecido Ney Bittencourt Araújo de que um País desenvolvido tem que produzir uma tonelada de grãos por habitante”! Aumentaríamos a produção de grãos em torno de 18% com um incremento de área de também 18%, isso é se mantivermos a mesma produtividade média atual, pois caso ela aumente a redução de área ocorrerá com certeza!
Portanto, é possível a agropecuária brasileira produzir o suficiente tanto para o consumo interno como para exportação e ainda preservar o meio ambiente, como o Novo Código Florestal Brasileiro preconiza, pois ainda sobrará área, sem necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas!
* Antônio Carlos Coutinho é Engenheiro Agrônomo