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A realidade do empreendedorismo médico no Brasil

A realidade do empreendedorismo médico no Brasil

30/08/2017 Dr. Marcus Carvalho

Este "novo segmento" que começou tímido, atualmente tem ganhado mais espaço.

A realidade do empreendedorismo médico no Brasil

Singular e diversificado, o setor da saúde congrega uma cadeia rica responsável pelo desenvolvimento e evolução deste ecossistema que representa 9% do nosso PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

A inovação permite que a saúde tenha acesso a novos modelos de negócios, estes, motivados pelo avanço da tecnologia e por melhores práticas de assistência e promoção mais acessíveis à população. É um cenário novo que precisa ser inserido em toda a cadeia de forma integral, para permitir uma interlocução mais eficiente e uma saúde democrática à população.

Nesta engrenagem dinâmica chamada saúde, estas novidades de negócios vêm também estimuladas por uma nova geração de líderes, cientistas e pensadores, que possibilitam um discurso mais direto e objetivo, porém ainda "solitário", por que não está par a passo com a "velha guarda" da saúde. Nesta lacuna, ambas as gerações precisam de diálogo. Por outro lado, este movimento provoca uma revolução.

O empreendedorismo médico é um case neste sentido. Temos histórias de médicos empreendedores, como: Jorge Moll, Adiel Fares, Cláudio Lottenberg. Mas, este "novo segmento" que começou tímido, atualmente tem ganhado mais espaço e conquistado ambientes de discussões em eventos e se disseminando por todo o País.

O empreendedorismo no Brasil, segundo artigos científicos, começa a ter um formato mais profissional na década de 1990, a partir do surgimento de entidades, como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Anualmente, segundo uma pesquisa divulgada pelo Governo Federal, há cerca de 600 mil empreendimentos abertos no Brasil.

Outro estudo que aponta a "era de empreender" como realidade brasileira é da Global Entrepreneurship Monitor, realizada em 2014/2015, pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), na qual aponta que - nos últimos dez anos -, o empreendedorismo pulou de 23% para 34,5%, o que significa que 1/3 da população economicamente ativa tem o seu próprio negócio.

Crise econômica, taxa de desemprego em crescimento e outros fatores elevaram este percentual, mas grande parte destes desbravadores se encoraja na jornada empreendedora em razão da transformação. De agregar valor à sociedade em que vive e, principalmente, manter um propósito muito maior e relevante que fomente a desenhar um mundo melhor. É uma nova cultura do empreendedorismo que visa a empatia e valores com sinergia aos negócios.

Ainda não há dados oficiais sobre o empreendedorismo médico, no entanto, o que é notável, é o seu crescimento rápido e o quanto o mesmo está provocando engajamento de toda a cadeia da saúde. Uma vez que o médico, quebra paradigmas, e vai além de sua função de garantir o trato humanizado para com seu paciente, o melhor atendimento e acolhimento, este profissional começa a ter uma função mais holística.

Sai do jaleco para novos trajes de gestão, de criar modelos de negócios, de se aculturar em marketing e ferramentas tecnológicas que possibilitem mais agilidade para seu "novo negócio". E como é esta transição para o médico? Desafiadora. Ainda o ensino da Medicina foca apenas em oferecer ao futuro médico, habilidades técnicas, essenciais para o seu dia a dia e incompletas para aplicar até na gestão do seu próprio consultório.

O que isto significa? Que o médico em sua maioria das vezes para gerir seu ambiente trabalho ou até mesmo para empreender não tem competência para tal e sofre para adquiri-la, neste sentido o empreendedorismo médico ocorre de forma intuitiva o que pode afetar o resultado em todas as esferas do empreendimento.

O empreendedorismo médico é uma realidade, o que precisa ser feito, é entidades representativas como Ministério da Saúde e Educação visualizarem esta área como essencial para o desenvolvimento da carreira do médico e começarem a apoiar este profissional, possibilitando que o mesmo, tenha acesso a conhecimentos como gestão, marketing e negócios.

Inserir no ensino da Medicina e implementar novas disciplinas também sustentaria mais o médico para o sucesso de sua jornada. Estamos evoluindo, graças a pequenas iniciativas e até mesmo do esforço do próprio médico em empreender no Brasil. Precisamos de uma Medicina transformadora para o nosso País.

* Dr. Marcus Carvalho é Médico formado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) com especialização em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral.



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