A saúde do profissional de educação em tempos de pandemia
A saúde do profissional de educação em tempos de pandemia
Muitos profissionais tiveram que se adaptar por causa da pandemia.
No caso da educação, o ato de lecionar teve que ser reinventado em um período de tempo curto e com o uso de recursos difíceis de lidar, sejam eles tecnológicos ou mesmo físicos, no caso de escolas que têm preparado as lições para os pais buscarem no colégio.
O planejamento para aulas presenciais é muito diferente do que deve ser feito para aulas remotas, como as que temos vivenciado.
A nova realidade pede uma nova estratégia, totalmente inédita e que a formação desses profissionais não sustenta. Grande parte dos professores tem se superado enormemente frente à situação.
Alguns cuidados, porém, são necessários do ponto de vista da saúde para os profissionais da educação.
Na ânsia de ajustar-se à nova vida profissional pode ocorrer de alguns cuidados básicos serem ignorados e isso causa, a longo prazo, um esgotamento prejudicial tanto à dinâmica da escola quanto à saúde do professor. Confira alguns deles a seguir:
Pessoal x profissional: quando trabalhamos em casa é preciso separar o pessoal do profissional e há várias pessoas que acham “impossível” fazê-lo, pelos mais diversos motivos, inclusive, alguns deles até fogem um pouco da possibilidade de resolução do profissional e devem ser ajustados com o tempo. Importante aqui é separar o contato pessoal do profissional no que se refere a e-mails e whatsapp.
Por haver um aumento considerável de contato com o meio digital, fato que antes era pouco vivenciado pelos professores, o ideal é evitar passar contatos pessoais para pais e alunos (pelo menos). No caso do e-mail, a sugestão mais viável é ter um contato profissional separado do pessoal.
Quando o professor abre o acesso de outras pessoas, no caso seus alunos, pais de alunos – e até mesmo gestores educacionais – ocorre uma invasão de sua privacidade, que deve, mais do que nunca, ser preservada.
A abertura de comunicação precisa ser um processo consciente e os envolvidos devem saber seus limites.
Respeito aos limites profissionais: como todos estamos em casa, a equipe gestora deve ser compreensiva, especialmente em relação aos pedidos que fará para os professores.
São eles que estão na linha de frente, lidando com as famílias praticamente ao vivo, no caso de aulas online, e no que se refere ao planejamento de atividades que os pais possam ter condições de minimamente orientar, com o planejamento feito pelos mestres.
O ideal é não pedir mais do que se pode ofertar. É melhor que os professores consigam entregar qualidade do que quantidade.
O papel dos gestores neste momento é dar apoio aos professores, fazer formações e trazer orientações condizentes com suas necessidades.
Enquanto os professores buscam formas de levar o conhecimento aos lares, os gestores devem encontrar formas de facilitar este processo e não dificultá-lo.
Se um professor tiver dificuldade em se adaptar ou estiver com resultados inferiores ao desejado, é o momento do coordenador fazer seu papel de compreender a situação e orientar da melhor maneira possível o profissional, de modo que ele possa se encaixar no que se espera dele, em relação ao trabalho.
Restrição de horário: mesmo o mundo virtual tem seus limites, ainda mais no que se refere à privacidade do profissional.
É necessário estabelecer um horário de trabalho para manter a saúde. Toda a comunicação da escola com o profissional e dos pais/alunos com a escola deve ser feita dentro do horário estipulado. Todos os envolvidos devem estar cientes do limite de horário, pelo menos para comunicação.
Todos sabemos que os professores trabalham normalmente fora do horário e dar esse tempo para ele poder se organizar, caso precise, é fundamental para manter a tranquilidade em seu trabalho. O rendimento, inclusive, pode ser afetado, caso esse tipo de limite seja ultrapassado.
Além destas questões, claro que outras devem ser levadas em consideração, como cuidados com a hidratação durante as aulas online, menor tempo em contato com a tela fora do horário de aula e planejamento e cuidado com a postura durante as aulas.
Alongamentos breves de pescoço e braços entre os intervalos colaboram também com a saúde corporal.
* Janaína Spolidorio é formada em Letras, com pós-graduação em consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação.
Fonte: EVCOM