Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A solução surge na força da reação

A solução surge na força da reação

22/06/2017 Norman de Paula Arruda Filho

Nos deparamos com mais uma atitude extremista e maquiada pelo discurso nacionalista de Trump.

Assisti, acredito eu, tão estupefato quanto todo o mundo, ao anúncio do presidente americano Donald Trump sobre a saída dos Estados Unidos do acordo climático de Paris.

Menos de dois anos depois daquele encontro no qual tive a honra de estar presente e que ficou conhecido como uma virada histórica na meta de reduzir o ritmo do aquecimento global, nos deparamos com o contrassenso de um líder que rejeita a posição mundial de alerta para a mudança nas políticas de emissão de gases poluentes.

Perplexos, nos deparamos com mais uma atitude extremista e maquiada pelo discurso nacionalista de Trump, porém são nas respostas que vemos um contra movimento muito maior se formar.

No âmbito político já é possível vê-lo perder na própria casa. Enaltecendo a vantagem do Federalismo, governadores e prefeitos reforçaram seu posicionamento contra a decisão da Casa Branca.

Entre o grupo de 12 governadores que assinaram um manifesto de boicote à saída do acordo sobre o clima, a Califórnia, já conhecida como polo das novas tecnologias, não só anunciou que vai reforçar as medidas para garantir o investimento em energia limpa, como fechou um acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia da China para desenvolvimento e comercialização de inteligência sobre captura e armazenamento de carbono, energia limpa e tecnologia avançada.

No viés empresarial, o Walmart, maior grupo varejista multinacional estadunidense, reforçou a decisão de não comprar de produtores que apoiam as novas políticas ambientais de Trump. Se a popularidade já não era seu ponto forte, mais uma vez as ruas de Nova York e Washington ficaram repletas de manifestantes que esbravejavam palavras de repúdio e insatisfação com a decisão do Presidente.

Como se isso não bastasse para demonstrar o descontentamento geral, pasmem! Emana nesse movimento mesmo as grandes companhias do setor de energia como ExxonMobil, Chevron, Shell que se colocam a favor da mudança proposta pelo Acordo de Paris. Decisões extremas de um líder imediatista, dotado de um senso particular de inoportunidade e acentuada falta de habilidade política.

Trump mais uma vez mostrou não se importar com a maturação do seu governo, antes mesmo de tomar medidas extremas que chocam o mundo e provocam reações também “fora de casa”. Sim, nas outras nações o movimento de resposta foi rápido, quase instantâneo.

Aproveitando o ensejo, a China anunciou a redução de suas termoelétricas ao passo que vai investir nos não poluidores, como usinas nucleares. Houve também pronunciamentos de líderes da França, Alemanha e Inglaterra. O recado da ONU foi dado ainda dias antes do pronunciamento de Trump.

O Secretário-geral, António Guterres, reforçou o futuro cinzento que aguarda aqueles que que não se unirem a economia verde. Após a declaração do presidente, Guterres se manteve tranquilo ao afirmar que o acordo não está totalmente perdido, já que é possível fazer parcerias com os estados americanos, independentes nesse sentido. Ao avaliar todo o movimento que parece se estruturar, o futuro do líder americano será cinzento e solitário.

Como defensor ativo do desenvolvimento sustentável, à frente da presidência de uma escola de negócios há mais de vinte anos, e presidente do Capítulo Brasileiro do PRME da ONU, ressalto o papel fundamental das instituições de ensino em formar alunos com uma nova visão mundial.

É preciso entregar ao mundo não somente líderes, mas cidadãos que saibam associar competências técnicas à valores e que possuam uma visão voltada para o compromisso com as futuras gerações, empenhados em tornar o mundo mais justo, ético e ambientalmente responsável.

Para usar dos clichês e lembrar que toda ação tem uma reação de igual ou maior intensidade, espero que a resposta do mundo diante de tal atitude do governo americano seja muito mais forte e significativa, como uma onda na qual mesmo aqueles que não desejam nadar, acabam levados pela corrente do bem.

E que essa voz nacionalista reacionária seja abafada por um movimento global unificado em prol de mudanças positivas para o futuro das novas gerações.

* Norman de Paula Arruda Filho é presidente do ISAE — Escola de Negócios e do Capítulo Brasileiro do PRME (Princípios para Educação Executiva Responsável), da ONU.



A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado