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Alma humana coletiva e comunitária

Alma humana coletiva e comunitária

14/02/2023 Wagner Dias Ferreira

Os alertas mundiais a respeito das mudanças climáticas afirmados por muitos e negados por outros despertaram a humanidade para o reconhecimento de que todos e todes têm que se comprometer com a preservação da natureza propiciando a continuidade da vida.

Não são raras situações que nos alertam para o fato de que a natureza está reagindo à ação humana. Repensar é necessário. E, para uma mudança de rumos, a humanidade precisa rever sua alma humana, coletiva e comunitária.

As teorias mais contemporâneas afirmam que o homo sapiens surgiu na África e, por meio de grandes migrações, ocupou o planeta.

Neste aspecto, vale sempre lembrar de como foi importante o encontro do Crânio da Luzia em Lagoa Santa/MG como um relevante componente na construção dessas teorias migratórias do homem pré-histórico.

Imaginar que ainda sem uma linguagem os seres humanos foram migrando e ocupando o território ao longo de milhares de anos.

Tudo isso proporcionou o registro na  Alma Humana, não no sentido individual, mas na Alma Humana Coletiva e Comunitária toda uma percepção da relação humana com a natureza.

Com o advento da civilização, a mesma Alma Humana Coletiva ou Comunitária começa a ser “colonizada” por relações que não são mais do homem com a natureza, mas do homem com o homem em sociedade.

De certo modo, isso proporcionou um esquecimento humano das relações diretas com a natureza.  Esse desprendimento em relação ao ambiente natural fez o homem olhar para o planeta como um objeto mercantil a ser explorado e transformado em lucro.

Hoje colhemos o fruto dessa distorção experimentando as mudanças climáticas, provavelmente, as pandemias e outros fenômenos que são fruto de uma natureza agonizante.

Quando se toma as expressões e crenças mais antigas existentes na humanidade todas reportam a relação do homem com a natureza.

É possível perceber esse conflito do antigo e natural com o moderno civilizatório nos escritos da coletânea de Livros “As Brumas de Avalon” que se propõe a mostrar a história do Rei Arthur enraizada na cultura celta presente no ambiente do Reino Unido.

É perceptível no livro o conflito entre a cultura celta, antiga e da natureza, e a cultura romana, moderna e da civilização, que chegava à Grã Bretanha na época descrita pelo livro.

Nesse sentido, o uso contemporâneo da expressão “povos originários” é fundamental para reconhecimento dos serviços prestados por esses povos a alma humana de hoje.

O comportamento Cristão de chamar de bruxaria as práticas não cristãs inibiu uma presença mais ostensiva entre os homens de condutas mais ligadas à natureza.

Sofreram muito com isso, no Brasil, as expressões e crenças de povos originários e de matriz africana. Ambas muito fortemente arraigadas nos elementos naturais.

Nas religiões de matriz africana, que até hoje sofrem fortemente com o preconceito e a discriminação, é fácil notar que todas as suas divindades têm um elemento correlato na natureza, uma erva que o representa etc.

Para aqueles que são do campo do direito sabem que, entre os orixás, Shangô é considerado o orixá da justiça, tendo como um de seus elementos a rocha, denotando a firmeza, solidez.

Bem como os raios que em tese permitem iluminar situações em determinados momentos. E um machado com corte dos dois lados, mostrando que pode cortar, fazer justiça onde quer, de qualquer lado que esteja o erro.

Hoje, a preponderância dos temas climáticos e a necessidade de um novo olhar sobre a natureza, inclusive se falando em termos de Direitos Humanos Ambientais, esses aspectos da Alma Humana Coletiva e Comunitária, está a exigir uma convergência inter-religiosa comunicativa, onde a preocupação comunicativa reconhece que o discurso produz realidade, para que, pacificado o conflito na Alma da Humanidade, a civilização possa se tornar a guardiã primeira da natureza.

* Wagner Dias Ferreira é Advogado e Vice-Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG.

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