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Bem, amor, justiça e solidariedade

Bem, amor, justiça e solidariedade

24/04/2018 Lino Rampazzo

Não é um ato isolado que torna o homem virtuoso ou vicioso, mas atos repetidos.

O título desta reflexão tem como referência um tweet enviado pelo Papa Francisco no dia 31 de janeiro de 2018, que assim se expressava: "O bem como, aliás, o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia".

São Tomás de Aquino quando fala da virtude, considera-a, como já tinha feito o filósofo Aristóteles, um hábito. Neste sentido não é um ato isolado que torna o homem virtuoso ou vicioso, mas atos repetidos.

Assim, por exemplo, podemos dizer que um aluno é estudioso não quando se limita a estudar apenas uma hora, ou um dia, mas quando se comporta assim com frequência, repetidas vezes até “acostumar-se” com a prática do estudo.

Por outro lado, não podemos acusar alguém de ser um beberrão se exagerou com a bebida umas poucas vezes. Para entender melhor a mensagem do Papa, vamos recorrer à Sagrada Escritura, que fala da PERSEVERANÇA, da CONSTÂNCIA.

Algumas citações muito significativas, que justificam a afirmação do Papa, para quem o bem, o amor, a justiça e a solidariedade precisam ser conquistados cada dia. O apóstolo Paulo afirma: “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gal 6,9).

Isso significa que não é suficiente começar a fazer o bem e que existe o risco do cansaço. Em São Tiago nós lemos: “Considerai como perfeita alegria, meus irmãos, quando enfrentais toda sorte de provações, sabendo que a prova de vossa fé produz a constância; mas é preciso que a constância complete sua obra, a fim de que sejais perfeitos, irrepreensíveis, nada deixando a desejar” (Tg 1,2-4).

Esse texto faz referência às provações que os cristãos devem enfrentar e, por duas vezes, utiliza a palavra “constância”, pois os destinatários da carta de Tiago já são cristãos, mas precisam perseverar, enfrentando e superando as provações.

São Paulo, escrevendo aos Filipenses, apresenta a vida cristã como uma corrida “para conseguir o prêmio que Deus nos convida a receber lá em cima em Cristo Jesus” (3,14). E insiste para que “caminhemos sempre na mesma linha” (3,16).

Quero ressaltar o advérbio sempre, que aponta para a constância e para a perseverança. Em suma uma caminhada a ser feita e conquistada a cada dia. Ao querido discípulo Timóteo, Paulo escreve: “Tu, porém, continua firme no que aprendeste”.

Ressalta-se que Timóteo é cristão, aliás, bispo de Éfeso, e, mesmo assim, precisa “continuar firme”. Deus é a fonte do Bem, só Ele é bom. O homem se torna bom aproximando-se de Deus, observando seus mandamentos, como indica Jesus. E seus mandamentos apontam para o amor, a justiça e a solidariedade.

Aliás, seria interessante ler os mandamentos não apenas como uma proibição: não faça isso, não faça aquilo, mas procurando entender os valores para os quais tais mandamentos apontam.

“Honra teu pai e tua mãe”, quer dizer, respeitar a família de origem; “Não matarás” significa respeitar e valorizar a vida humana; “Não cometarás adultério” aponta para o valor de uma família unida, através do amor fiel; “Não roubarás” aponta para a justiça e a solidariedade nas relações sociais; e “Não apresentarás falso testemunho” lembra a necessidade de comunicar-se com o próximo, respeitando a verdade.

Sim, tais mandamentos são o caminho do bem, do amor, da justiça e da solidariedade a ser percorrido todos os dias, sempre, superando a tentação do cansaço e da inconstância.

* Lino Rampazzo é Doutor em Teologia e Coordenador do Curso de Teologia da Faculdade Canção Nova.

Fonte: Imprensa Canção Nova



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