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Corrupção padrão Fifa

Corrupção padrão Fifa

07/06/2015 Tom Coelho

“O que a gente esconde é mais ou menos o que os outros descobrem." (André Breton)

Apenas uma semana. Este foi o tempo necessário para eclodir um dos maiores escândalos envolvendo o futebol em âmbito mundial.

Primeiro, a prisão de sete dirigentes ligados à Fifa, a pedido da justiça norte-americana, com base em investigações promovidas pelo FBI desde 2011. Agora, a renúncia de Joseph Blatter, presidente eleito recentemente para seu quinto mandato consecutivo à frente da entidade.

As suspeitas apontam para um esquema de corrupção generalizado envolvendo contratos de marketing, direitos de imagem, além das disputas para sediar os torneios da Rússia, em 2018, e do Catar, em 2022. E, certamente, isso é apenas o início.

No mundo do esporte, o nome do jogo é jogatina. Há duas semanas o Banco do Brasil suspendeu o patrocínio à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) após descumprimento do acordo firmado no ano passado para gestão lícita dos recursos financeiros, devido a investigação da Controladoria Geral da União (CGU) que levou, inclusive, à renúncia do então presidente Ary Graça, no comando da entidade desde 1995.

Na semana passada, o Santos Futebol Clube ingressou com ação formal para contestar os valores da transferência de Neymar Júnior para o Barcelona, em 2013, num processo há tempos sob investigação da justiça espanhola.

Goste você ou não de futebol, frequentando ou não estádios, à distância é possível observar como a corrupção graceja. Você assiste a imagens na TV de uma partida qualquer, em um estádio com capacidade, por exemplo, para 50 mil torcedores. E embora não exista espaço para passar um fio dental entre duas pessoas, ao término da partida a renda anunciada informa a existência de pouco mais de 35 mil pagantes...

Ano passado, sediamos a “Copa do Mundo Padrão Fifa”. Faltando apenas um mês para o início do torneio, das 167 intervenções anunciadas pelo governo federal em sua “Matriz de Responsabilidades”, documento oficial elaborado em 2010, apenas 41% das metas haviam sido concluídas!

A lista de ações prioritárias era formada por estádios, aeroportos, segurança, tecnologia, telecomunicações e mobilidade, sendo esta última, a mais negligenciada – apenas cinco das 36 obras foram concluídas até o final do ano. Ou seja, exatamente o item que maior legado poderia render aos cidadãos através de transporte público.

Entretanto, o resultado final foram obras inacabadas, canteiros de obras a céu aberto, e o pior, o estouro no orçamento. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), o custo total das obras superou o orçamento em 66%.

Vivemos tempos difíceis, em que está se tornando impossível falar sobre ética, porque não se pode argumentar sobre o que não existe... Balanços financeiros maquiados, números forjados. Fraudes, conluios, subornos, propinas, escolha o nome que julgar mais conveniente. Empresas fraudam, executivos mentem, auditores omitem, analistas recomendam. Como diz o velho adágio popular, papel aceita tudo.

Este novo mundo é governado pela ditadura da imagem. O triunfo da estética sobre a moral. Um mundo de Narciso que afeta pessoas e corporações. Você é tão belo quanto seus trajes e seu último corte de cabelo possam sinalizar. Tão bom quanto a procedência dos diplomas e a fluência em idiomas possam indicar.

Em tempos passados, ocasião que meus olhos não se atrevem a enxergar, a “embalagem” era menos representativa. As empresas eram aquilo que produziam. As pessoas eram o que demonstravam.
Éramos mais essência. E mais essenciais.

Houve uma época na qual preços eram formados para remunerar custos e proporcionar uma margem de lucro. Hoje, são constituídos às avessas, embutindo ganhos escusos e extorsivos que favorecem a poucos.

Balanços fraudados, currículos forjados, amores burlados. Vidas vividas na ilusão, imaginadas como devaneios à luz de uma quimera.

A Quimera era um monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Imagem nada agradável que, mais cedo ou mais tarde, materializa-se, ao cair do véu da percepção que não carrega consigo conteúdo, sinceridade e paixão.

* Tom Coelho é educador, palestrante e escritor. Diretor do Ciesp e Conselheiro do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp.



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