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Educação à distância no Brasil

Educação à distância no Brasil

07/03/2016 Fábio Liberato

A educação à distância não chega a ser uma novidade.

De acordo com Freitas (s/d) em 1728 surgiu nos Estados Unidos da América o curso de Taquigrafia nesta modalidade.

Em 1840 surgiram os cursos de Contabilidade na Suécia e de Taquigrafia no Reino Unido.

Finalmente em 1892 a primeira graduação: Hebraico na Universidade de Chicago.

No Brasil, desde 1904 já existem registros de cursos por correspondência, como o de datilografia no Rio de Janeiro.

Em 1923 a recém-fundada Rádio Sociedade do Rio de Janeiro passou a oferecer cursos de Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia e Telefonia.

Já em 1940 o Instituto Universal Brasileiro passou a ofertar cursos profissionalizantes por meio de correspondência.

Mas é fato indiscutível que com o advento da internet, houve uma contribuição decisiva para a disseminação desta modalidade de ensino no país.

Podem-se destacar dois pontos com relação ao ensino à distância, sendo um positivo e o outro negativo: a possibilidade de adaptação do ensino ao tempo do aluno e a brecha para o oportunismo, tanto de alunos quanto de instituições que se dizem de ensino.

Milhões de brasileiros tiveram (e ainda tem) que iniciar sua vida profissional demasiadamente cedo para contribuir no sustento de suas famílias.

Por este motivo estas pessoas não tiveram as devidas condições de obterem a necessária qualificação em cursos de nível técnico ou superior.

A modalidade de ensino à distância proporciona a oportunidade para que esse grupo alcance a capacitação, já que o estudante pode estudar de acordo com a sua disponibilidade.

Somado à isso, por não demandar estruturas tão complexas quanto a de cursos presenciais, o seu custo é menor, permitindo tanto que o poder público o expanda com menos dificuldade (como tem feito desde 2005 com a criação da Universidade Aberta do Brasil – UAB) como que a iniciativa privada exerça a cobrança de mensalidades mais baixas garantindo dessa forma o acesso de um maior número de pessoas.

No entanto, o ensino à distância, ao mesmo tempo em que proporciona a flexibilidade de horários, exige também bastante comprometimento por parte dos alunos e infelizmente não é isso que ocorre em muitos casos.

Vários estudantes, visando apenas o “diploma”, fazem cursos de maneira completamente displicente. Além disso, justamente pelo fato de exigir investimentos relativamente baixos, muitas faculdades privadas vêm abrindo cursos tanto de nível técnico quanto de nível superior de baixíssima qualidade, com tutores mal pagos e preparados, material didático deficiente, instalações precárias etc.

O objetivo destas instituições torna-se apenas a busca do muitas vezes suado dinheiro do aluno, ou da União (o que é ainda mais grave já que é um dinheiro da coletividade) por meio de programas como o Universidade para Todos – PROUNI.

Uma prova de como uma modalidade de ensino pode ser utilizada de forma oportunista é que entre 2009 e 2011 a Universidade Luterana do Brasil – ULBRA enfrentou problemas com a justiça por falha dos processos de avaliação dos alunos.

Provas e trabalhos de conclusão de curso sequer eram corrigidos, além de mais de 92 polos da instituição existirem somente para entrega de correspondências e não para apoio dos alunos.

Outro caso complexo foi o que envolveu no início dos anos 2000 servidores da Prefeitura de Belo Horizonte e as Faculdades Integradas de Jacarepaguá – FIJ.

Quase 1000 funcionários, a maioria da área da educação, perderam na justiça e foram obrigados a ressarcir os cofres públicos por terem conseguido progressões de carreira que tiveram como consequência aumentos salariais graças as especializações da FIJ.

De acordo com o Ministério Público, muitos sequer foram aos polos EAD. Após o fato a PBH alterou os critérios para a concessão de progressões de carreira.

Ele passou a ser válido somente para funcionários com diplomas em instituições reconhecidas pelo MEC e que tenham feito cursos presenciais.

Esta modalidade de ensino pode ser uma boa alternativa para melhorar a qualificação da mão de obra brasileira.

Porém é necessário o comprometimento do poder público na fiscalização de instituições e também mais seriedade dos alunos que optam por esta modalidade de ensino.

* Fábio Liberato



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