Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Educação inclusiva: onde estamos falhando?

Educação inclusiva: onde estamos falhando?

19/05/2018 Nelly Narcizo de Souza

Como construir uma escola inclusiva?

Mais de vinte anos depois da Declaração de Salamanca e ainda não conseguimos construir contextos educacionais plenamente inclusivos. Venho me perguntando e propondo essa reflexão sempre que possível: onde estamos falhando?

Já caminhamos tanto em termos de legislação, como de conhecimento. E a pergunta sempre vem: como construir uma escola inclusiva? Várias são as questões que se interpõem na tentativa de responder a essas perguntas.

Primeiramente temos que destacar que não se faz inclusão por decretos; mas sem eles, sem o aporte da lei, pouco seria possível. Em segundo lugar, não se faz inclusão educacional por descoberta de diagnósticos. Da mesma forma, sem eles não saberíamos qual é a especificidade de nosso alunado.

Ainda, não se faz uma escola inclusiva apenas por vocação ou boa vontade. Foi-se o tempo em que poderíamos embasar a ação docente apenas com boa vontade; entretanto, sem tal dedicação talvez a frustração fosse ainda maior. Como diria Paulo Freire, é preciso esperança para que a luta não feneça.

Por outro lado, ouço muito a queixa da falta de conhecimento a respeito do assunto. Contudo, pode-se perceber que mesmo tendo algum conhecimento a respeito do público alvo da Educação Especial, também se vê diante de dificuldades. Claro, que sem o conhecimento adequado nossas ações estarão ainda mais limitadas.

Nesse sentido, podemos observar que em diferentes instâncias e momentos: não há uma fórmula única para construir uma escola inclusiva. É preciso a conjunção de inúmeros fatores.

Além das indicações acima: legislação, acesso a diagnóstico o mais precocemente possível, conhecimento específico e boa vontade, ressalto que existem vários outros e, ouso destacar que os que mais chamam atenção são aqueles que envolvem a percepção e a crença que temos sobre as relações humanas, e como lidamos com os recursos humanos na escola.

Rosita Édler de Carvalho indica em um texto muito interessante que o conceito de diferença é construído na relação a outro: “Não percebo que sou diferente sozinho, é preciso que alguém me mostre isso e, com essa experiência vamos constituindo nossa identidade e autoconceito”.

Ou seja, vamos percebendo se é bom ser diferente ou não, e quais os impactos da minha diferença nos contextos em que vivo. Essa percepção é interessante, já que uma escola inclusiva deve ser construída por pessoas que promovem inclusão.

Em outras palavras: sabem seu papel na promoção de relações mais humanas, mais afetivas, mais inclusivas. Falar de inclusão implica em falar de diferença e de como ela se destaca nas relações.

Realizar uma sociedade mais inclusiva pede que tenhamos um olhar mais amplo para as pessoas, então saberemos fazer uso mais adequado de todos os recursos que estão dispostos (humanos, materiais ou legais).

Venho percebendo que projetos e experiências de sucesso no que compete a escolas e salas de aula mais inclusivas acabam trazendo como elemento comum a percepção de diferença e da relevância das relações humanas ali estabelecidas.

Ouso dizer que quando enxergamos a pessoa antes da exaltação de sua “diferença”, “deficiência” ou “transtorno”, conseguiremos propor experiências e relações mais positivas em prol de uma escola mais inclusiva, aberta.

Não pretendo simplificar a resposta à questão que iniciou esse texto, mas propor outras considerações a respeito. Considerações que evidencie o quão importante são nossas concepções sobre o ser humano, tão quanto os decretos que validam e garantem os direitos.

* Nelly Narcizo de Souza é doutora em Educação, especialista em Educação especial e inclusiva.

Fonte: Central Press



A importância do financiamento à exportação de bens e serviços

Observamos uma menor participação das exportações de bens manufaturados na balança comercial brasileira, atualmente em torno de 30%.

Autor: Patrícia Gomes


Empreendedor social: investindo no futuro com propósito

Nos últimos anos, temos testemunhado um movimento crescente de empreendedores que não apenas buscam o sucesso financeiro, mas também têm um compromisso profundo com a mudança social.

Autor: Gerardo Wisosky


Novas formas de trabalho no contexto da retomada de produtividade

Por mais de três anos, desde o surgimento da pandemia em escala mundial, os líderes empresariais têm trabalhado para entender qual o melhor regime de trabalho.

Autor: Leonardo Meneses


Desafios da gestão em um mundo em transformação

À medida que um novo ano se inicia, somos confrontados com uma miríade de oportunidades e desafios, delineando um cenário dinâmico para os meses à frente.

Autor: Maurício Vinhão


Desumanização geral

As condições gerais de vida apertam. A humanidade vem, há longo tempo, agindo de forma individualista.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O xadrez das eleições: janela partidária permite troca de partidos até 5 de abril

Os vereadores e vereadoras de todo país que desejam trocar de partido têm até dia 5 de abril para realizar a nova filiação.

Autor: Wilson Pedroso


Vale a renúncia?

Diversos setores da economia ficaram surpresos com um anúncio vindo de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.

Autor: Carlos Gomes


STF versus Congresso Nacional

Descriminalização do uso de drogas.

Autor: Bady Curi Neto


O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A Stellantis é rica, gigante, e a Stellantis South America, domina o mercado automobilístico na linha abaixo da Linha do Equador.

Autor: Marcos Villela Hochreiter

O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A verdade sobre a tributação no Brasil

O Brasil cobra de todos os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) sediados no território nacional, cerca de 33,71% do valor de todos os bens e serviços produzidos no país.

Autor: Samuel Hanan


Bom senso intuitivo

Os governantes, em geral, são desmazelados com o dinheiro e as contas. Falta responsabilidade na gestão financeira pública.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


População da Baixada quer continuidade da Operação Verão

No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves