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Efeito Dunning-Kruger: por que tolos se acham gênios?

Efeito Dunning-Kruger: por que tolos se acham gênios?

27/07/2020 Marília Cardoso

Você já se deparou com um péssimo profissional que se acha o máximo? E com um artista amador que se julga um talentoso incompreendido?

Provavelmente sim. E existe uma explicação cientifica para isso. Em 1999, os psicólogos Justin Kruger e David Dunning publicaram um estudo sobre superioridade ilusória, que ficou conhecido como “efeito Dunning-Kruger”.

Segundo eles, somos muito ruins em nos autoavaliarmos e temos o hábito de superestimarmos as nossas próprias habilidades.

As pesquisas mostraram que somos capazes de desafiar a própria matemática quando o assunto são as nossas potencialidades.

Ao pedir a autoavaliação de engenheiros de softwares, mais de 30% dos profissionais disseram estar entre os 5% mais talentosos de sua empresa.

Em outro estudo, mais de 88% dos motoristas norte-americanos disseram dirigir melhor que a média. Nem o melhor matemático do mundo seria capaz de explicar essas contas.

Depois de mais de 100 estudos diferentes, Dunning e Kruger chegaram à conclusão de que tomos nós podemos ser vítimas da superioridade ilusória.

E o mais curioso é que as pessoas que mais exageram em suas próprias auto avaliações são justamente as tidas como menos capacitadas.

Os mais ignorantes tendem a se julgar quase ou até melhor que os próprios especialistas em determinadas áreas.

O fato é facilmente compreensível. Aquilo que eu sei é muito pouco perto do que eu sei que não sei. Por exemplo: eu sei que sei português e que não sei mandarim, japonês e árabe.

Agora, o que eu não sabia até começar a escrever esse texto é que existem 6.192 idiomas em todo o mundo, segundo o Ethnologue, livro considerado a bíblia linguística.

Se essa informação estivesse expressa em uma pirâmide, as línguas que eu domino seriam apenas a pontinha.

Em uma camada um pouco mais abaixo, estariam as cerca de 15 línguas que eu já sabia que existiam, mas que sou incapaz de falá-las.

Todo o resto, ou seja, a maior parte, seria destinado às outras mais de seis mil línguas que eu simplesmente ignoro. É, Sócrates tinha toda razão quando disse: “Só sei que nada sei”.

E o efeito Dunning-Kruger pode ser muito perigoso. Um estudo feito em 2012 mostrou que cerca de 23% dos norte-americanos que se declararam falidos após a bolha financeira de 2008 deram a si mesmos a nota máxima em conhecimentos sobre finanças.

É aquela velha história que diz que quem morre afogado é justamente quem diz que sabe nadar. Quem sabe que não sabe tem medo. Portanto, não se arrisca.

Contudo, embora os mais capacitados tenham mais noção de suas próprias limitações, reconhecendo a sabedoria de René Descartes ao dizer que “daria tudo o que sabia pela metade do que ignorava”, eles acabam cometendo outro equívoco.

O erro dessa categoria de pessoas, segundo Dunning e Kruger, é o fato de acreditarem que todos sabem o mesmo que eles sabem.

Ou seja, quando temos elevadas competências em alguma área, não conseguimos perceber o quanto essas habilidades são raras e valiosas diante de uma maioria.

Para rompermos o efeito Dunning-Kruger, os psicólogos dão duas dicas preciosas. A primeira é para sempre pedirmos e termos capacidade de aceitar feedbacks.

Saber o que os outros pensam sobre nós, nos ajuda a termos mais autoconhecimento. E isso pode ser libertador. A segunda é para continuarmos sempre aprendendo.

Devemos adotar a postura de eternos aprendizes. Nunca de experts. Afinal, agora você já sabe que um gênio está muito mais para um perfeito tolo…

* Marília Cardoso é sócia-fundadora da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO 56.002, de gestão da inovação.

Fonte: InformaMídia



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