Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Fé e tradições populares da Sexta-feira Santa

Fé e tradições populares da Sexta-feira Santa

10/04/2020 José Expedito da Silva

As celebrações da Semana Santa são universais e, na liturgia da Igreja Católica, constituem um tempo forte de manifestações de profunda fé.

Esse tempo também é riquíssimo em tradições populares, com particularidades regionais por todo o Brasil.

Da minha infância no sítio “Pé da Serra”, município de Capitólio (MG), trago diversas lembranças marcantes desse tempo litúrgico.

Como a maioria das pessoas que moravam na zona rural por volta do ano de 1960, minha mãe e meu pai viviam e transmitiam para os filhos uma religiosidade mais voltada para as tradições, por conta da dificuldade de locomoção para as celebrações na cidade.

Lembro-me que a “Sexta-feira da Paixão” era o ponto alto da Semana Santa. Dia de jejum, silêncio, oração e muito respeito, sem espaço até para as mais inocentes brincadeiras de crianças.

Ninguém podia trabalhar e, por isso, desde as primeiras horas, notava-se que era um dia diferente. Os bezerros não estavam apartados das vacas e podiam mamar todo o leite; não  tomávamos o café da manhã, o almoço era mais leve, sem carne, e todos deviam comer com moderação. Era dia de jejum e somente as crianças abaixo de sete anos estavam liberadas.

Para garantir o silêncio e recolhimento, meu pai tirava as pilhas do rádio – único meio de comunicação que tínhamos –, e as cordas do violão e do cavaquinho.

Se alguém fosse surpreendido cantarolando, sorrindo ou falando alto, bastava um olhar do pai ou da mãe, para se recompor.

Lembro-me que certo dia desses, estava brincando no quintal com um carrinho e minha mãe me repreendeu, dizendo que “ferir a terra era ferir o próprio Cristo”.

Ela explicou que nem varria o chão porque na sexta-feira santa, a terra abrigava o corpo de Jesus, que morreu Crucificado. Fiquei constrangido, mas logo ela me disse com um afago materno: “você é inocente, meu filho!”

Com o passar do tempo, em minha família, essas tradições foram dando lugar à conscientização e a uma religiosidade mais esclarecida pela catequese.

Passamos a compreender as riquezas do Tempo Pascal e a valorizar a celebração da ressurreição de Jesus, com fé, esperança e amor.

Aí os bezerros já não tinham mais todo o leite, porque a metade era retirada para doar aos pobres da cidade, que faziam uma caminhada de seis quilômetros para garantir o alimento no sítio do meu pai. As músicas religiosas ganharam espaço e brincadeiras moderadas passaram a ser permitidas, sem perder o clima de recolhimento e oração.

Aos poucos, fomos nos adaptando ao que a Igreja prega: que essas práticas tradicionais nos conduzam à verdadeira liturgia, centrada no Tríduo Pascal, que faz memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

* José Expedito da Silva é jornalista e apresentador do Jornal Café da Manhã, pela Rádio Canção Nova.

Fonte: Assessoria de Imprensa Canção Nova



A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado