Mediação nas escolas: uma ferramenta espetacular
Mediação nas escolas: uma ferramenta espetacular
Nossos filhos são nossos bens maiores.
Preocupamo-nos com eles desde o nascimento até a fase adulta, com expectativa de que se tornem pessoas do bem e desenvolvam suas habilidades da melhor maneira. Para isso contamos com a escola, obviamente, porque a vida escolar da criança começa muito cedo hoje em dia, e segue até a fase adulta.
No contexto escola, quando moramos em uma capital, muitas vezes não temos a opção de propriamente escolher a escola que achamos mais adequada para nosso filho. Às vezes porque é distante de nossa casa, às vezes porque o valor não é acessível, ou até mesmo porque a escola não tem vagas disponíveis.
Mas ainda que seja possível colocar o filho na escola de nossa opção, ao fazermos essa escolha, optamos com esperança de que seja atendido nosso anseio de que ele esteja seguro, sendo adequadamente tratado pela professora, por outros alunos e pela escola como um todo.
Contudo, nem sempre isso reflete a realidade. Existem, de fato, inúmeros conflitos numa escola nas relações existentes entre alunos, pais, professores e direção. Por vezes a criança sofre bullying de colegas, por vezes é nosso próprio filho o autor do bullying.
Ocasionalmente a coordenação da escola se coloca em posições inflexíveis diante da necessidade de nosso filho, e deixa não só a criança, mas pais e mães extremamente estressados.
Há também que se enxergar o outro lado, o lado da escola, na qual o professor tem que ter domínio de 40 crianças em sala ao mesmo tempo. Às vezes nosso filho é um aluno de inclusão: tem dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA), síndromes das mais diversas ou simplesmente é mal adaptado àquele modelo de ensino. Qual o olhar da escola sobre este filho? Suas necessidades estão sendo atendidas? Não é fácil para os pais, para os alunos e nem para a escola.
Pensando nisso podemos contar que a mediação é uma evolução no que diz respeito a estas dificuldades enfrentadas pelo trinômio pais/filho/escola. Um bom mediador tem condições de pacificar os interesses de todos, de forma a trazer mais consciência para pais, filhos e representantes de escolas, de forma que a relação conflituosa porventura existente seja transformada. Que passe a existir, no lugar do conflito, bom convívio e acolhimento dos interesses e necessidades de cada parte.
É possível mediar alunos com alunos, alunos e professores, pais entre si, coordenadores e pais, enfim, toda uma gama de vínculos existentes que envolvem o processo escolar desse filho pode ser avaliada sob uma nova ótica: a de que todos podem trabalhar juntos e cooperar para resolver os problemas ali existentes. Numa sala de mediação as técnicas empregadas contribuem para que o conflito se desfaça e que as pessoas possam ser ouvidas.
O pai ou mãe que quer ser ouvido pela coordenadora, a coordenadora que quer ser ouvida pelos pais, o aluno que quer ser ouvido pela escola, a mãe que quer ser ouvida pelo filho, o filho que quer ser ouvido pelo professor, e assim por diante…
Aprender a ouvir não nos é ensinado da maneira correta. Escutamos, porém não ouvimos, e, não ouvindo, não sabemos de verdade o que o outro precisa, o que o outro quer, e do mesmo modo, não somos entendidos naquilo que realmente necessitamos e queremos. Agora já existe ferramenta pra isso. Eba!
* Lia Marchiori é mediadora do Instituto Alleanza, capacitada pela Harvard Law School.
Fonte: Naves Coelho Assessoria e Marketing