Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O eleitor não é vaga-lume para aceitar lista fechada

O eleitor não é vaga-lume para aceitar lista fechada

28/03/2017 Julio César Cardoso

A verdade é que a política nacional está contaminada.

Hoje, no Brasil, podemos afirmar que os partidos e políticos eleitos não mais nos representam, respeitadas as poucas exceções, tal é o enorme envolvimento deles com a corrupção.

A lista de Janot dá o tom da péssima qualidade de nossos políticos, envolvidos na Lava-Jato, onde desfilam, por exemplo, os anteriores e atuais presidentes da Câmara e do Senado.

A verdade é que a política nacional está contaminada. Poucos escapam. Fechar o Congresso é o mínimo que deveria ser feito. E depois marcar novas eleições sem a presença de nenhum atual ou ex-político.

Agora, como sói acontecer e sem nenhum escrúpulo, a solércia de agir escancara a destreza de nossos políticos em encontrar o jeitinho encardido de perpetuar no poder as velhas raposas políticas.

Pois bem, com a proibição do financiamento das campanhas eleitorais por empresas e o risco de ficarem inelegíveis com a descoberta de crimes, deputados, senadores e políticos do Executivo tentam criar um novo sistema eleitoral, para escapar da rejeição do eleitor e garantir reeleição na campanha do próximo ano.

Trata-se da eleição dos congressistas em lista fechada, cujo artifício está sendo plasmado em reforma política sem o beneplácito da sociedade. Lista fechada é um golpe na democracia. Uma punhalada no eleitor.

O povo tem o direito de conhecer em quem vai votar. Votar no escuro é uma safadeza e uma enorme desconsideração com o agente principal da democracia: o eleitor, o povo. Quem se dá bem no escuro é vaga-lume, e o eleitor não é vaga-lume.

O atual sistema político brasileiro está falido. Não temos partidos políticos, mas sim um cipoal de siglas partidárias sem identificação ideológica de seus membros. A democracia pode perfeitamente funcionar sem partido político, por exemplo, através da candidatura avulsa sem vinculação partidária – aqui com as despesas de campanha bancadas conjuntamente pelo candidato e por um fundo a ser criado em substituição ao Fundo Partidário -, ou com o sistema misto: candidatura avulsa e partido político, mas sem lista fechada, a qual só dá sobrevida aos caciques de nossa política, que encabeçarão a lista preordenada por cada partido, mantendo o decrépito sistema proporcional.

Por outro lado, a instituição do voto distrital puro é a medida certa para resgatar a credibilidade de nossa política representativa. É o sistema de disputa localizada, que reduz o custo das campanhas, fortalece os partidos e aproxima o eleitor dos candidatos.

Por que o medo de enfraquecimento dos partidos com o voto distrital puro, se hoje os nossos partidos já estão desmoralizados e enfraquecidos? Por fim, a reforma política deveria contemplar, além do voto distrital puro e a candidatura avulsa, (1) a extinção do voto obrigatório, da reeleição geral e do foro privilegiado, (2) a proibição de interrupção de mandato para exercer cargos nos governos;

(3) o retorno do mandato geral de quatro anos, bem como das eleições na mesma data para todos os pleitos; (4) a renúncia de mandato para candidatura a outros pleitos; (5) o término do voto secreto no Parlamento, da figura do suplente de senador, assim como acabar com as indicações políticas para cargos nos governos, pois o serviço público tem que ser apolítico e preenchido por meritocracia;

(6) o impedimento da participação em pleito político de qualquer integrante concursado dos Três Poderes, pertencente à administração direta ou indireta, por exemplo: funcionários do BB, Caixa Econômica Federal, Petrobras, Receita Federal..., bem como professores concursados da rede pública e militares em atividade;

(7) o corte das verbas de gabinete: os funcionários de gabinetes e assessores de políticos deveriam ser servidores concursados dos quadros do Legislativo; (8) que o reajuste salarial nos Três Poderes passasse a obedecer, por exemplo, ao índice anual do IGPM acumulado no período.

* Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado.



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes