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O fim da bolsa CDI

O fim da bolsa CDI

08/08/2019 Carlos Henrique Chaves Pessoa

Historicamente o nosso país ficou conhecido internacionalmente por apresentar uma das maiores taxas de juros do mundo.

Por muitos anos – precisamente desde a década de 1980 – o Brasil pratica taxas de juros muito altas, mesmo quando comparado com países emergentes como nossos vizinhos sul-americanos. Parece que esse quadro ficou no passado.

No dia 31 de julho, o Banco Central deu mais um passo nessa direção, o Copom (Comitê de Política Monetária), reduziu a Selic em mais 0,5% ao ano, fixando a taxa básica de juros em 6% ao ano.

Esse novo ciclo de corte de juros impacta diretamente os investidores, principalmente os mais conservadores. O Certificado de Depósito Interbancário ou CDI, que é o indexador que corrige os retornos da maioria das aplicações de renda fixa no Brasil é indexado à Selic.

De forma resumida, Selic e CDI são a mesma coisa, portanto, um corte na taxa básica de juros significa uma redução de igual amplitude e valor no CDI. 

Na prática, podemos considerar que, hoje, 100% do CDI é algo como 6% ao ano antes do Imposto de Renda (IR), ou 0,49% ao mês antes do pagamento do imposto.

Considerando a melhor das alíquotas de IR, de 15% (possível apenas para os investimentos que superaram 2 anos de aplicação), ou seja, 100% do CDI, na melhor das hipóteses, renderiam apenas 0,42% ao mês.

A situação se complica ainda mais para os investidores da caderneta de poupança, modalidade com maior número de investidores no país.

A poupança é indexada à Selic, essa regra vale toda vez que a taxa básica de juros fica fixada abaixo de 8,50% ao ano, que é o caso atual.

Dessa forma, quem investe na poupança recebe 70% da Selic + TR (próximo de 0% ao ano). Um poupador da poupança rentabiliza o seu patrimônio em 6 % x 0,70 = 4,20% ao ano ou 0,35% ao mês.

Essa conjuntura pode ser ainda pior, no dia 31 de julho, o Banco Central sinalizou que os cortes nos juros não devem parar por aqui.

Segundo a carta publicada pela entidade ao fim da reunião, no dia 1º de agosto, o Copom teria espaço para mais cortes. A entidade justifica que a inflação se acomodou abaixo da meta do governo, o cenário internacional parece estável e a capacidade ociosa das empresas justificam uma taxa de inflação mais baixa até o fim de 2020.

As principais empresas de análise de dados macroeconômicos e projeções já estimam que, no final do ano, a Selic chegue a 5,5% ou até menos.

Por muitos anos, a postura conservadora fazia todo sentido, porém, diante do exposto, a postura dos investidores deve ser alterada.

Aplicando no CDI, um investidor conservador conseguiria um resultado de dois dígitos ao ano. Para se ter uma ideia, a taxa de juros em março de 1999 chegou a 45% anualizada e até 3 anos atrás era superior a 14%.

O Brasil é um dos últimos países do mundo a passar por esse processo. Assim como todo país desenvolvido, as nações emergentes já experimentam taxas de juros bem baixas há vários anos, como por exemplo México, Colômbia, Chile e até mesmo o Peru. Acabou a bolsa CDI, os períodos de rendimento acima de 1% ao mês sem esforço, com baixo risco ficou no passado.

O investidor deve buscar uma sofisticação de seus investimentos, uma assessoria mais completa que de costume e, necessariamente, precisará gerir riscos.

Dentre o mercado financeiro, as principais alternativas são: as ações, os fundos imobiliários e os fundos multimercados. De acordo com a B3, mesmo com todas as crises e volatilidade da bolsa de valores brasileira, quem investiu em ações de 1990 até 2018, teve um retorno anualizado de 15,91% ao ano.

Em tempo de Selic baixa, não vejo outro caminho a seguir senão uma mudança de postura na gestão patrimonial de seus investimentos. Tudo isso deve vir acompanhado de educação financeira, horizonte de longo prazo e paciência.

* Carlos Henrique Chaves Pessoa é CEO da Vêneto Gestão de Recursos.

Fonte: Naves Coelho Comunicação



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