O governo faz mal à economia
O governo faz mal à economia
Causou grande polêmica recentemente um informe do Banco Santander enviado a seus clientes.
O governo, o PT e a presidente-candidata não gostaram nenhum pouco da análise nele veiculada, mas o fato é que ele trouxe uma versão resumida de fatos concretos e objetivos da realidade brasileira que hoje influenciam as flutuações do mercado. Não se trata de uma questão de mera opinião, e nem muito menos de “terrorismo econômico”: a valorização de ativos está diretamente relacionada a suas expectativas de valor futuro.
O atual governo tem posto em prática uma política econômica comprovadamente equivocada, que parece movida por um pensamento mágico de que se pode convencer o mercado na marra – por meio de propaganda e pressão política. Ledo engano. Warren Buffet, guru do mercado financeiro internacional, tem uma máxima que parece se adequar perfeitamente à recente trajetória da economia brasileira: “somente quando a maré baixa é que sabemos quem estava nadando nu”.
Após um breve período de crescimento econômico, catapultado pela ascensão chinesa e pelo “concurso de feiura” que se tornou o mercado internacional no cenário logo após a Crise de 2008, as perspectivas de estagnação econômica são uma realidade. Estamos presos a uma perigosa dinâmica de inflação crescente somada a um crescimento econômico pífio.
O analista do Santander (demitido após pressão do governo) apenas fez o que se espera de um profissional encarregado de aconselhar clientes sobre as melhores formas de investir seu dinheiro, eximindo-se de tecer críticas aos rumos da economia brasileira. Estaria sendo negligente e irresponsável se ignorasse o atoleiro econômico em que se encontra o Brasil. A visão apresentada pelo informe pode até desagradar ao governo e suas pretensões eleitorais, mas é praticamente unânime entre analistas de mercado, investidores e imprensa especializada: a gestão Rousseff/Mantega faz mal à economia brasileira.
* Fábio Ostermann é Diretor do Instituto Liberal.