Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O que aprender com a tragédia do Rio de Janeiro

O que aprender com a tragédia do Rio de Janeiro

01/02/2011 Marcos Morita

A recente tragédia ocorrida na região Serrana do Rio de Janeiro trouxe à tona a falta de planejamento e recursos - físicos e materiais - das autoridades locais e órgãos responsáveis pela remoção e atendimento às vítimas. As cenas, fortes e chocantes, mostram voluntários desesperados na tentativa de salvar vítimas presas em escombros. As ferramentas, quando existem, consistem em pá e picaretas improvisadas, utilizadas em conjunto com mãos calejadas e sujas.

Não obstante os céticos de plantão, os quais se utilizam de estatísticas para demonstrar que acidentes climáticos são mera coincidência, é fato que tragédias têm assolado o mundo com frequência e violência cada vez maior. Terremotos, tsunamis, secas avassaladoras, nevascas, vulcões, enchentes ou uma combinação dos fatores listados, atingem países ricos, pobres e em desenvolvimento sem distinção.

Uma explicação para tal fenômeno talvez esteja no livro homônimo do jornalista Thomas Friedman, o qual apregoa que a terra está cada vez mais quente, plana e lotada. Conforme o autor, a temperatura tem subido rapidamente após os anos 50, consequência da industrialização e aumento no consumo.

Apesar da queda na natalidade, poderemos chegar a nove bilhões de habitantes, agregando-se mais três bilhões ao contingente atual - a maioria dos quais em regiões com baixos índices de desenvolvimento. O conceito plana é explicado como a saída da linha da pobreza de bilhões de habitantes, os quais inseridos na classe média tornam-se ávidos consumidores, demandando por mais bens e serviços, realimentando o ciclo energia, industrialização e efeito estufa.

Este conflito de interesses entre clima, desenvolvimento e economia, tem feito com que governantes não cheguem a um acordo nas recentes discussões sobre o tema, tais a COP15 em Copenhague e a COP16 em Cancun.

A ONU já antevia este cenário através da conferência mundial para redução de desastres, realizada em 2005 em Hyogo, no Japão, na qual foram traçadas linhas gerais para contê-los, tais como: (a) garantir que a redução de desastres seja uma prioridade nacional e local, (b) identificar, avaliar e monitorar as áreas com risco de desastre, melhorando o sistema de alerta à população e (c) utilizar o conhecimento, educação e inovação, criando uma cultura de segurança em todos os níveis.

Creio que uma análise mais crítica não seria necessária para avaliar que nenhum dos tópicos foi implantado, o que pode ser corroborado por um recente relatório enviado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil à ONU, demonstrando a fragilidade com que se encontram os órgãos que deveriam zelar por nossa segurança e conforto nos momentos mais difíceis.

Traçando um paralelo, as empresas se utilizam de ferramentas para análise de cenários, as quais auxiliam na tomada de decisões em momentos de incertezas. O primeiro item avaliado é o impacto nos negócios, elencando aquelas que merecem um investimento em coleta de informações e análises profundas. O segundo item é a possibilidade de ocorrência da incerteza. Em alguns casos, a eventualidade é tão baixa ou remota que não valeria a pena gastar recursos para analisá-la.

As incertezas são então classificadas em quatro quadrantes, conforme o impacto e a possibilidade de ocorrência: (a) baixa probabilidade e impacto, (b) alta probabilidade e baixo impacto, (c) alta probabilidade e baixo impacto e finalmente o pior cenário (d) alta probabilidade e impacto.

Diversas empresas líderes de mercado naufragaram ou viram seus negócios minguarem por não criarem planos de contingência em cenários pessimistas. General Motoros, Kodak, Polaroid, Motorola são alguns dos exemplos recentes. Talvez o carnaval atrasado este ano faça com que medidas mais enérgicas sejam adotadas pelas autoridades competentes, uma vez que o efeito estufa, o protocolo de Hyogo e os cenários desoladores, demonstraram claramente a alta probabilidade e impacto que o clima pode causar.

* Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.



A importância do financiamento à exportação de bens e serviços

Observamos uma menor participação das exportações de bens manufaturados na balança comercial brasileira, atualmente em torno de 30%.

Autor: Patrícia Gomes


Empreendedor social: investindo no futuro com propósito

Nos últimos anos, temos testemunhado um movimento crescente de empreendedores que não apenas buscam o sucesso financeiro, mas também têm um compromisso profundo com a mudança social.

Autor: Gerardo Wisosky


Novas formas de trabalho no contexto da retomada de produtividade

Por mais de três anos, desde o surgimento da pandemia em escala mundial, os líderes empresariais têm trabalhado para entender qual o melhor regime de trabalho.

Autor: Leonardo Meneses


Desafios da gestão em um mundo em transformação

À medida que um novo ano se inicia, somos confrontados com uma miríade de oportunidades e desafios, delineando um cenário dinâmico para os meses à frente.

Autor: Maurício Vinhão


Desumanização geral

As condições gerais de vida apertam. A humanidade vem, há longo tempo, agindo de forma individualista.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O xadrez das eleições: janela partidária permite troca de partidos até 5 de abril

Os vereadores e vereadoras de todo país que desejam trocar de partido têm até dia 5 de abril para realizar a nova filiação.

Autor: Wilson Pedroso


Vale a renúncia?

Diversos setores da economia ficaram surpresos com um anúncio vindo de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.

Autor: Carlos Gomes


STF versus Congresso Nacional

Descriminalização do uso de drogas.

Autor: Bady Curi Neto


O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A Stellantis é rica, gigante, e a Stellantis South America, domina o mercado automobilístico na linha abaixo da Linha do Equador.

Autor: Marcos Villela Hochreiter

O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A verdade sobre a tributação no Brasil

O Brasil cobra de todos os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) sediados no território nacional, cerca de 33,71% do valor de todos os bens e serviços produzidos no país.

Autor: Samuel Hanan


Bom senso intuitivo

Os governantes, em geral, são desmazelados com o dinheiro e as contas. Falta responsabilidade na gestão financeira pública.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


População da Baixada quer continuidade da Operação Verão

No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves