O trampolim político do enriquecimento
O trampolim político do enriquecimento
Do bolo da imoralidade pública todos tiram a sua fatia, por que logo ele, o homem da quebra do sigilo bancário do caseiro Francelino, não poderia também tirar o seu pedaço?
No esquema petista de governo não é mais novidade a
descoberta de corrupção política. Mas o Dr.Palocci não deveria envolver o nome
de outras pessoas, em sua defesa. Vejam trecho de e-mail da Casa Civil aos
parlamentares: “No mercado de capitais e em outros setores, a passagem por
Ministério da Fazenda, BNDES ou Banco Central proporciona uma experiência única
que dá enorme valor a estes profissionais mo mercado. Não por outra razão,
muitos se tornaram em poucos anos, banqueiros como os ex. Pres. do Bacen e
BNDES Pérsio Arida e André Lara Rezende, diretores de instituições financeiras
como o ex-ministro Pedro Malan ou consultores de prestígio como ex-ministro
Mailson da Nóbrega”.
A verdade é que a Casa Civil transformou-se num botequim de
escândalos. José Dirceu, Erenice Guerra e, agora, Antônio Palocci, com a sua
mágica de enriquecimento precoce. Como negar a corrupção política brasileira,
se os fatos pipocam todos os dias? Como alguém só vivendo de política pode
enriquecer da noite para o dia? Segundo a Folha de São Paulo, o patrimônio de
Palocci cresceu 20 vezes no período de quatro anos: de 2006 a 2010 passou de R$
375 mil para R$7,5 milhões.
A corrupção política brasileira não é caso de Comissão
Parlamentar de Inquérito, mas de inquérito policial com solução rápida. E
agente fica intrigado como o Congresso Nacional pode tratar do novo Código
Penal se tem parlamentares pendurados na Justiça e que defendem e blindam os
comportamentos suspeitos de enriquecimento ilícitos de políticos de grosso
calibre, com trânsito livre na ribalta do poder? Como políticos de vida
pregressa irregular têm competência para ditar regras de leis penais para os
demais brasileiros?
É preocupante ver o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sair em
defesa de Antônio Palocci. Causa perplexidade mesmo a sua desenvoltura
despudorada para se solidarizar com fatos políticos imorais. O senador Jucá é
capaz, se necessário for, de defender a Deus e ao diabo.
* Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado