O uso do Crowdfunding para o desenvolvimento de M.V.Ps de startups
O uso do Crowdfunding para o desenvolvimento de M.V.Ps de startups
O processo de consolidação do chamado Capital de Risco (Venture Capital) é uma realidade cada vez mais evidente no ecossistema empreendedor brasileiro.
Meios de aporte nesta modalidade, como investimento-anjo, seed-money, editais de órgãos públicos de fomento, aportes de aceleradoras, vem sendo cada vez mais utilizados por fundadores de startups.
Embora não possam ser incluídas na categoria de Capital de Risco, acredito que as Plataformas de Crowdfunding podem ter um papel importante para o desenvolvimento das startups brasileiras, especialmente para aquelas que se encontram no estágio inicial de suas atividades (early stage).
De forma objetiva o Crowdfunding pode ser definido como um financiamento coletivo, onde potencialmente, milhares de pessoas poderão podem doar quantias variadas, geralmente por meio de plataformas na internet, para apoiar causas, projetos sociais, produtos e outros empreendimentos.
Prática muito conhecida internacionalmente, o Crowdfunding ganhou seu espaço nos últimos anos, especialmente pelo trabalho muito bem desenvolvidos por plataformas como Benfeitoria, Catarse-me, Abacashi, entre outras.
O ponto de conexão, que acredito ser oportuno entre as Plataformas de Crowdfunding e as startups, é o M.V.P (Minimum Viable Product), ou Produto Mínimo Viável, instrumento adotado por startups para validar conceito de produtos, com uma entrega de resultados para potenciais clientes.
O MVP segue a lógica dos modelos propostos pela lógica de startups enxuta, adotadas por autores renomados como Eric Ries e Ash Maurya, que defendem esta metodologia que prioriza o baixo investimento nesta fase, experimentação rápida, avaliação, correção e formatação.
A importância desta ferramenta é praticamente consensual entre os diversos protagonistas do ambiente das startups (fundadores, mentores, aceleradoras e investidores), tendo em vista à possibilidade de diluição de riscos e desperdício de recursos de vários tipos neste momento de prototipagem, que é crítico para sucesso das startups.
Em função de suas principais características, simplicidade e baixo risco, o uso do Crowdfunding pode proporcionar um match adequado com as startups em busca de validação de seu MVP, uma vez que os doadores de campanhas com a apresentação dos produtos, estariam endossando sua crença na solução apresentada, além de feedbacks (positivos ou negativos) espontâneos e com cunho de credibilidade sobre suas experiências com de adotantes iniciais.
A utilização das plataformas de Crowndfunding para validação de Start-Upsainda não traduz uma tendência evidente. Provavelmente, porque muitos empreendedores ainda tem uma perspectiva desta modalidade atrelada à industria criativa, cultural e terceiro setor.
Entretanto, meu envolvimento com mentoria e investimentos em startups sinaliza que o interesse e sinergia entre as duas partes é cada vez maior.
* Marcelo Bárcia é Professor Universitário e Mentor da Aceleradora Bluefields Development e Programa Inovativa Brasil.
Fonte: Mr. Da Vinci