Polícia x Criminalidade
Polícia x Criminalidade
Novamente assistimos pelos jornais de todo o país e nas redes sociais, a nova operação da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro que resultou na morte de 12 pessoas e um policial ferido no olho por estilhaços.
Ao saber das notícias, organismos estrangeiros e brasileiros se revoltaram com a atuação da Polícia Militar, acusando-a de excesso de forças.
Alguns chegaram ao descalabro de dizer que uma operação na qual só morrem possíveis bandidos e nenhum policial está desequilibrada. É de se perguntar: Gostariam que morressem policiais militares em vez de bandidos?
Fato é que a operação resultou na apreensão de vários fuzis, drogas e diversas munições. Morreram, também, cinco suspeitos e o chefe do tráfico do morro da Providência.
Havia no local barras de ferros, postas e instaladas propositalmente nas ruas, no intuito de impedir a circulação dos veículos blindados da polícia.
É de questionar: O que pretendem estes organismos alienígenas ou os defensores, com visão distorcida, dos direitos dos “manos”? Que a PM enfrentasse bandidos fortemente armados com revólveres 38?
Que colocassem suas vidas em risco para salvar a dos contraventores? Ou, ainda, que o Estado abandonasse estas comunidades a própria sorte, sendo seus moradores reféns de criminosos?
Não é novidade que nessas comunidades residem bandidos fortemente armados, com arsenal de guerra, prontos para reprimir quaisquer intervenções estatais em sua região e nos seus ilícitos negócios, principalmente o tráfico de drogas.
A verdade é que essas comunidades estão em guerra contra a sociedade organizada, deixando seus moradores, na grande maioria pessoas obreiras, reféns das normas, ordens e políticas impostas pela criminalidade. Não se pode permitir um país com guetos de criminalidade.
Se demonstrado excesso, que sejam punidos, mas o açodamento em condenar as ações policiais, mormente nessas comunidades de alta periculosidade, quase sempre levam a injustiças.
Não creio que os policiais adentraram naquela comunidade atirando a esmo na direção de inocentes. Revidaram, fortemente, as trocas de tiros.
Destaca-se que, como dito, o armamento utilizado pela criminalidade, inclusive alguns apreendidos, são armamentos de longo alcance, obrigando os policiais a revidarem na mesma distância como se estivessem em guerra.
Segundo especialistas, um tiro de fuzil simples, tem energia para ferir e matar a uma distância de 800 metros. Outros alcançam entre 1,2 e 1,5 KM.
Apenas para exemplificar, o raio de letalidade de um fuzil de calibre 7.62 é de 2,5KM. O efeito colateral de uma guerra com este tipo de equipamento é o risco da morte de inocentes.
Exigir que policiais revidem tiros de fuzis com este raio de letalidade com uma pistola 9M ou um 38, cuja o alcance do projétil chega, no máximo a 500 metros, é condená-los à morte.
Lado outro, para a inserção de operações policiais nessas comunidades há uma série de protocolos e exigências, o que a meu ver, não contribui para o controle e diminuição da criminalidade.
Lugares nos quais a Força Estatal não atua, outras forças passam a atuar. Dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Não fico feliz com a morte de seres humanos, mas prefiro bandidos mortos que policiais almejados.
Tenho dito!!!
* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.
Fonte: Naves Coelho Comunicação