Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Pôncio, atual Presidente do Brasil?

Pôncio, atual Presidente do Brasil?

09/02/2021 Wagner Dias Ferreira

Pouco depois da Ford anunciar o encerramento de algumas de suas operações no Brasil, a imprensa veiculou que o BNDES notificou a empresa para prestar esclarecimentos a respeito de seus contratos de empréstimo com a instituição, que tinham por objetivo o desenvolvimento de novos produtos e fortalecimento da engenharia nacional.

Além disso, há isenção tributária concedida para que o funcionamento da empresa nas cidades onde estava instalada trouxesse progresso econômico.

As notícias veiculadas a respeito dos empréstimos dão conta de empresas da cadeia produtiva da montadora também com empréstimos em aberto.

Evidente que a cadeia produtiva da empresa mantinha operações no Brasil ancorada em pilares financeiros do Estado Brasileiro. Portanto, nos impostos pagos pelo povo.

A decisão unilateral da Ford de interromper suas atividades no Brasil implica a necessidade urgente de que os governantes que atuaram para a implantação do pólo produtivo, sob compromissos de desenvolvimento econômico das localidades e do país, agora devem buscar as compensações pelo descumprimento dos acordos legais, contratuais e morais da empresa com o povo brasileiro.

O Estado Brasileiro deve desenvolver mecanismos de proteção dos investimentos e das renúncias fiscais contra esse suposto empreendedorismo já que essas multinacionais não assumem os riscos do negócio, fazendo muitas exigências para iniciar e manter suas operações e finalizam seus empreendimentos, sem respeito pelo povo brasileiro, sustentando seus lucros e ganhos, sem expressar qualquer preocupação com o ressarcimento dos diversos benefícios recebidos.

Quando a CEMIG estava sob pressão para ser privatizada, em prejuízo direto do patrimônio do Estado de Minas Gerais e da honra do povo de Minas, o então governador Itamar Franco, que já ocupara cadeira do Senado Federal e a Presidência da República, propiciando a implantação do Plano Real, promoveu, no Lago de Furnas, operações militares envolvendo forte contingente da Polícia Militar, num claro ato de protesto contra a forma como a CEMIG estava sendo tratada pelo sistema econômico do governo FHC, que era o presidente reeleito à época.

Itamar deu o recado: o verdadeiro estadista deve estar pronto para agir em defesa da soberania nacional não permitindo que o país seja usado e abusado por forças econômicas internacionais que só venham para deleite, em ações sem risco, financiadas pelo governo local, de forma que não assumam riscos.

Abertura negocial para que venham os investimentos é importante, mas quando se retiram, esses capitais não podem fazer unilateralmente, porque sua entrada no país não se deu de forma unilateral, tomando para si a integralidade dos riscos.

Ora, se inventivos foram necessários ao longo da existência da empresa no Brasil, sua saída, implica uma auditoria nesta permanência e na reparação pelos danos que para trás ficam.

* Wagner Dias Ferreira é advogado especialista em advocacia criminal.

Para adquirir LIVROS clique aqui…



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento