Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Povo sem esperanças é um rio seco

Povo sem esperanças é um rio seco

31/05/2018 Gaudêncio Torquato

Um povo descrente é como um rio seco.

Um povo sem esperança é como uma árvore desfolhada, sem viço e com a cor das coisas mortas. O povo brasileiro pena suas amarguras no deserto frio das desesperanças.

Pesquisas recentes mostram um retrato de apatia geral. As eleições ocorrerão dia 7 de outubro. E pelo que se vê, o povo não está se tocando para o maior evento cívico do ano. Vive avançado grau de desânimo e parece definhar um pouco todos os dias ao sabor da febre de sonhos desfeitos.

Um povo sem sonhos é uma entidade sem espírito e sem direção. Cassam sua vontade, a admiração que tem pelos ritos da Pátria e o respeito às instituições. O clima de terra devastada em que se transformou o País, as acusações que pululam de todos os cantos, os interesses em choque e as disputas entre grupos políticos afastam a população do sistema político, abrindo imensos vazios entre os poderes decisórios e a sociedade

Na verdade, vivemos em dois Brasis. No primeiro, gigantesco e periférico, habitam estômagos famintos e bocas sedentas; no segundo, pequeno e central, uma disputa ocorre entre bolsos gananciosos e mentes matreiras. O primeiro é o mundo dos desvalidos, das massas amorfas, do povo que prova o gosto do suor e amarga o cansaço das filas.

O segundo gira em torno de núcleos nas médias e grandes cidades. Nele, gravitam contingentes de profissionais liberais – esses, sim, trabalhadores de garra -, mas também donos de capitanias hereditárias, comerciantes de favores, sultões e mandarins de mil e uma noites.

E, há, ainda, um grupo que se encastela na Ilha da Fantasia, mais conhecida por Brasília. O Brasil do centro conta com instrumentos poderosos. Seu pensamento penetra em vasos capilares e corre até o último dos habitantes das margens. Sua voz é forte. Por isso, é de se esperar que suas vozes ecoem longe.

Já o Brasil distante fala por meio de onomatopéias. As massas mais ouvem que dizem. Até chegarem a um limite de saturação. (Será que não já se chegou a esse estágio?) Na Ilha da Fantasia, desfiles de siglas e representantes do povo se sucedem, juntando gladiadores, filhotes de Maquiavel, crentes de prontidão, dispostos a jogar a alma ao serviço da Pátria e comerciantes de plantão fazendo trocas de ocasião. Ali estão os esgrimistas da política.

A festa da política, em ano eleitoral, apenas está se iniciando e, desta feita, não gera entusiasmo ou engajamento. Está cedo, dizem. Mas em final de maio, o Brasil do centro já deveria estar se aproximando do Brasil das margens. Que há algo estranho no ar, sem dúvida.

O Brasil real, das pontas, está distante do Brasil artificial, dos discursos e das promessas. A crise que corrói as populações pobres parece não acabar. Mas nunca se ouvirá tanto a palavra POVO como nos próximos tempos. Claro, o povo é sempre lembrado quando querem tirar algo dele.

Vão tentar se aproximar, afagar, prometer mil coisas. Porém, urge atentar para um detalhe: pelo que se vê, se ouve e se sente, o povo não vai deixar que arrombem sua cabeça ou seu coração para roubarem dele a única arma que dispõe para garantir o futuro: o voto. Essa arma, o povo saberá usar com maestria. É o que a Pátria espera.

* Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação.

Fonte: GT Marketing e Comunicação



A importância do financiamento à exportação de bens e serviços

Observamos uma menor participação das exportações de bens manufaturados na balança comercial brasileira, atualmente em torno de 30%.

Autor: Patrícia Gomes


Empreendedor social: investindo no futuro com propósito

Nos últimos anos, temos testemunhado um movimento crescente de empreendedores que não apenas buscam o sucesso financeiro, mas também têm um compromisso profundo com a mudança social.

Autor: Gerardo Wisosky


Novas formas de trabalho no contexto da retomada de produtividade

Por mais de três anos, desde o surgimento da pandemia em escala mundial, os líderes empresariais têm trabalhado para entender qual o melhor regime de trabalho.

Autor: Leonardo Meneses


Desafios da gestão em um mundo em transformação

À medida que um novo ano se inicia, somos confrontados com uma miríade de oportunidades e desafios, delineando um cenário dinâmico para os meses à frente.

Autor: Maurício Vinhão


Desumanização geral

As condições gerais de vida apertam. A humanidade vem, há longo tempo, agindo de forma individualista.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O xadrez das eleições: janela partidária permite troca de partidos até 5 de abril

Os vereadores e vereadoras de todo país que desejam trocar de partido têm até dia 5 de abril para realizar a nova filiação.

Autor: Wilson Pedroso


Vale a renúncia?

Diversos setores da economia ficaram surpresos com um anúncio vindo de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale.

Autor: Carlos Gomes


STF versus Congresso Nacional

Descriminalização do uso de drogas.

Autor: Bady Curi Neto


O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A Stellantis é rica, gigante, e a Stellantis South America, domina o mercado automobilístico na linha abaixo da Linha do Equador.

Autor: Marcos Villela Hochreiter

O que está acontecendo nos bastidores da Stellantis? Muitas brigas entre herdeiros

A verdade sobre a tributação no Brasil

O Brasil cobra de todos os contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) sediados no território nacional, cerca de 33,71% do valor de todos os bens e serviços produzidos no país.

Autor: Samuel Hanan


Bom senso intuitivo

Os governantes, em geral, são desmazelados com o dinheiro e as contas. Falta responsabilidade na gestão financeira pública.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


População da Baixada quer continuidade da Operação Verão

No palanque armado na Praça das Bandeiras (Praia do Gonzaga), a população de Santos manifestou-se, no último sábado, pela continuidade da Operação Verão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves