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Qual a taxa de câmbio ideal?

Qual a taxa de câmbio ideal?

14/09/2014 Mateus Maciel

É muito comum ver empresas exportadoras e importadoras reclamando da taxa de câmbio. Ao passo que as primeiras defendem a desvalorização da moeda, as segundas lutam por sua valorização.

O Banco Central acaba tendo que levar as demandas desses grupos em consideração, quando faz intervenções no mercado de câmbio, comprando ou vendendo dólares. Contudo, será que o BC realmente deveria levar isso em consideração? Ou melhor, será que a taxa de câmbio deveria ser definida pelo governo? Para responder a essa perguntas é necessário responder a outra: o que define a taxa de câmbio?

No curto prazo, o câmbio é definido pela entrada, ou saída de moeda estrangeira no país. Caso aja uma saída de dólares de um determinado país, a moeda deste irá se desvalorizar, ao passo que a entrada de dólares nesse país gera uma valorização da moeda do mesmo. Já no longo prazo, o que define se uma moeda é mais valorizada do que outra é o comportamento dos bancos centrais das nações que utilizam essas moedas. Portanto, atualmente o real é mais desvalorizado que a libra esterlina, pois o Banco Central do Brasil emitiu mais moeda do que o Banco Central da Inglaterra.

Como todos os bancos centrais emitem mais moeda do que o necessário existe uma tendência natural de as moedas perderem valor. Dessa forma, se torna evidente que os exportadores acabam sendo beneficiados pelas políticas governamentais, no longo prazo, uma vez que existe uma tendência natural de desvalorização das moedas. As empresas importadoras e os consumidores que desejam adquirir produtos do exterior acabam tendo que bancar esse subsídio, que além de ser benéfico para um pequeno grupo, também é para qualquer governo, pois com essa política o mesmo pode aumentar seus gastos (através da emissão de moeda).

Inúmeros economistas, a mídia e acadêmicos defendem essa postura pró-desvalorização cambial, afirmando que é necessário estimular o setor exportador, em detrimento do importador. Tal posição é análoga a da Era das Grandes Navegações. O correto deveria ser adotarmos um dos pilares do tripé macroeconômico: o câmbio flutuante, junto com uma política mais independente de pressões políticas e empresariais do Banco Central. Com isso, o mesmo passaria a não intervir no câmbio e emitiria a quantidade de moeda (aproximadamente) necessária para o bom funcionamento da economia.

Forçar uma maioria pagar por uma minoria não é correto. O mercado pode muito bem alocar recursos de forma eficiente, fazendo com que a demanda de todos (exportadores, importadores e consumidores) seja atendida democraticamente. É evidente que os que forem menos eficientes não serão agraciados com os subsídios estatais e acabarão sendo excluídos do mercado.

A lógica em questão pode parecer nefasta, mas, no final, a maioria sai ganhando. Portanto, uma política monetária rígida e independente, aliada a não intervenção na taxa de câmbio irá tornar a economia mais eficiente para todos os agentes econômicos. Um grupo de burocratas com diplomas de Harvard jamais saberá qual a taxa de câmbio ideal e muito menos a real demanda por moeda para o bom funcionamento da economia. Apenas o mercado é capaz de saber isso.

*Mateus Maciel é acadêmico de economia da UERJ e Especialista do Instituto Liberal.



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