Ser professor é gratificante
Ser professor é gratificante
O dia do professor deve ser dedicado à reflexão sobre o seu papel e sua condição profissional.
Neste ano a Organização da Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) adotou o lema “valorizar os professores e melhorar a sua situação”.
Lema bastante pertinente ao momento pelo qual passa o país e demonstra mais do que nunca, a necessidade de melhora da educação em todos os níveis.
De acordo com a Agenda da Educação 2030 da Unesco, o papel do professor é fundamental em um país. Destaca que o professor deve ter “as competências necessárias, ser contratado e remunerado de forma adequada, receber uma boa formação, estar profissionalmente qualificado, encontrar-se motivados, e receber apoio dentro de sistemas dotados de recursos eficazes e bem administrados”.
O ensino básico é essencial para a formação do cidadão, pois é onde se adquirem os valores fundamentais para uma boa convivência em sociedade, aprendendo a usufruir da liberdade, ter respeito a outros sem distinção de qualquer espécie, a tolerância, ser solidário, honrar compromissos entre outros.
São os professores que transmitem esse conjunto de valores. E qual a condição para o fazerem no Brasil? Sua situação é precária, para dizer o mínimo. Os professores do ensino básico são desvalorizados, com formação deficiente, mal pagos e sem perspectiva de desenvolvimento profissional continuado, uma condição necessária para exercer com dignidade e responsabilidade sua profissão.
De modo geral, o professor é pouco valorizado no país, seu status é baixo, sua importância minimizada, por mais que se alardeie o contrário. É lembrado e louvado no seu dia e só. Na realidade, professores e estudantes são vítimas de um sistema socialmente injusto, com uma estrutura que não permite mudanças e que está a serviço ostensivo do capital, em detrimento da sociedade como um todo.
O aluno de escola pública se vê diante de um professor cansado, pressionado, mal remunerado e sem recursos suficientes para exercer sua profissão. O problema não é o professor e muito menos o estudante. Na realidade, ambos exteriorizam um problema sistêmico que se evidencia pelo cenário de corrupção e má utilização dos recursos para a educação.
De qualquer modo, em que pesem essas dificuldades, o professor abre seu caminho ajudando os alunos a adquirir experiências, a adotar valores identificados com a civilidade, a adquirir as habilidades necessárias para identificar e resolver os problemas cotidianos, a agir, a tomar decisões, a reconhecer, enfrentar e resolver os desafios do mundo atual.
O caminho é difícil, mas ensinar é a profissão mais digna e gratificante, apesar dessas dificuldades que a acompanham. O que dá ânimo para persistir neste caminho é saber que se está construindo o mundo do amanhã, que deverá ser melhor, mais justo, onde todos terão as mesmas oportunidades.
Saudações a todos os professores lembrando que, afinal o que tem de melhor em ser professor é o prazer de aprender, sempre.
* Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas.