Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Temer e seu caminho pedregoso

Temer e seu caminho pedregoso

10/04/2017 Amadeu Roberto Garrido de Paula

Tempo e espaço são ficções que criamos para exercer nossa lógica.

Temer e seu caminho pedregoso

Só, evidentemente, os humanos os consideram. Neles navegamos. Produtos de equações acuradas de nossos sábios permitiram o desenvolvimento da vida. Nosso tempo previsível é o que medeia entre nascimento e morte, se nenhuma condição extraordinária tiver o condão de romper a previsão.

Espaço vem do recorte geopolítico de nossos povos, que estabelecem soberanias, linguagens, costumes, numa diversidade que fez a heterogenia do homem. Em verdade, essas duas verdades abstratas, projetadas pela razão, sempre andaram juntas e firmaram nossos destinos.

Poucas vezes o tempo e o espaço condicionaram tanto a vida nacional brasileira. Nosso imenso espaço político e suas diversidades não permitem que um governo provisório, enredado em compromissos de ética menor dos quais não pode fugir, herança maldita do que se foi tarde, atenda de imediato aos reclamos dos inúmeros povos que vivem no Brasil.

Por exemplo, a completude da transposição do rio São Francisco, que há pouco dois grupos reivindicaram radiantes, às margens plácidas de outro córrego da Independência. Nem neste, nem no próximo governo, livremente eleito, e bom, se Deus quiser, essa obra grandiosa será completada.

É preciso muito diálogo com as populações afetadas e o desenvolvimento da consciência de que o nordeste, neste mundo conturbado onde sobra dinheiro em contas correntes chinesas e outras, pode ser vocacionado ao turismo e precisará menos das águas do velho Chico, por mais que esse raciocínio imploda fetiches.

O tempo é fatal ao governo de Michel Temer. Pouquíssimo tempo e vasta imperiosidade de fazer conchavos, com seu PMDB fâmulo das posses privadas e outras agremiações famintas que passaram a integrar sua base de apoio.

Enquanto o governo não faz milagres, a esquerda, a plenos pulmões, solta sua gritaria por meio de vozes que se tornaram fracas ou roucas pela corrupção que consumiu seus antigos timbres da esperança ética. Essa a razão pela qual o governo transitório resume sua agenda. Para ver o possível, porque não vemos muito.

E, ainda, de modo infeliz, anatemiza a previdência e as relações de trabalho, a ponto mesmo de cogitar de medidas provisórias para revogar instituições jurídicas que se formaram universalmente e no decorrer de mais de um século. Cremos que Temer deveria preocupar-se tão somente em sanear o pesado Estado brasileiro.

Não o conseguiria, por inteiro, mas, pelo menos, passaria a seu sucessor um fardo menor. Diminuiria o tamanho e melhoraria a administração federal, em todos os níveis, inclusive no continental INSS, em que as atividades-meio consomem mais recursos que os benefícios, apontados como os grandes vilões do debacle.

Quanto à reforma trabalhista, deveria conduzir, com sua autoridade, diálogos muito profundos, entre empregados e empregadores, durante todo seu mandato, a fim de prepar-se um Código do Trabalho e de Processo do Trabalho.

Muitas ideias brilhantes poderiam surgir, de grandes especialistas e, principalmente, dos protagonistas, patrões, empregados e profissionais liberais, da nossa atividade econômica. Nossas leis duradouras foram feitas ao longo de décadas, como o Código Civil. No século XXI, claramente, podemos abreviar esse tempo.

Mas elas não brotarão desse congresso e desses inomináveis compromissos que o governo tem de amarrar com seus súcubos e cujos nós já se soltam. Não é preciso, Presidente Temer, escolher temas que, no imaginário político, poderiam vencer o desafio do tempo e do espaço. Sua posse foi inquestionavelmente constitucional.

Ocorre que constitucionalidade não é legitimidade. Esta vem das urnas. Prepare o cenário para que novo político comece, apenas comece, a salvar o Brasil. O senhor não é salvador da pátria. Nem o próximo o será, mas estará forrado daquele manto que não o agasalha. E poderá dar o passo inicial da criação.

Sim, o Brasil precisa ser criado. Os últimos dois governos apregoavam que eram seus criadores, "como algo jamais visto na história deste País". Envergonharam-se feitos marolinhas numa praia respeitável. Os sebastianistas esperam um líder. Ele não virá. Poderão vir ocasiões, se o senhor preparar devidamente a sucessão.

Se padeces de receios ante os movimentos da justiça brasileira, paciência, fizeste parte do pacto de Fausto com Mefisto. A Justiça não pode e não deve parar. E que as urnas sejam dignas de todos os brasileiros, não, mais uma vez, ferramenta demagógica de uma burocracia empedernida.

* Amadeu Roberto Garrido de Paula é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados, com uma ampla visão sobre política, economia, cenário sindical e assuntos internacionais.



As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes


De quem é a América?

Meu filho tinha oito anos de idade quando veio me perguntar: “papai, por que os americanos dizem que só eles vivem na América?”.

Autor: Leonardo de Moraes