Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Trabalho e Inclusão

Trabalho e Inclusão

25/07/2022 André Naves

O trabalho é um direito das pessoas, em especial daquelas com deficiência, já que o seu exercício possibilita a concretização das capacidades individuais e, assim, das dignidades coletivas e sociais.

Todo o indivíduo, pessoa com deficiência ou não, possui esse direito enquanto garantia de satisfação da sua identidade. É o mesmo que se falar que o trabalho é necessário à realização individual.

O trabalho, assim entendido como direito, não se resume à remuneração. Isso significa que ele, para gerar os benefícios desejados à concretização da dignidade, deve ser entendido como a interação transformativa com a Natureza.

O direito ao trabalho, que não se confunde com o direito a uma eventual remuneração, se materializa na atividade que alimenta as capacidades individuais.

Isso significa que é essencial ao trabalho sua característica inclusiva. Sendo o trabalho um direito fundamental à realização individual, ele se apoia na possibilidade de acesso a todos, sem quaisquer discriminações. Em essência, isso quer dizer que a pluralidade é a coluna central do trabalho.

Entretanto, várias empresas são criadas e se desenvolvem carregando as máculas do preconceito e da exclusão. Ainda que o trabalho não se confunda com a remuneração, esta é necessária à sobrevivência individual.

Ao se caracterizar como atividade exclusiva, o trabalho se esconde atrás de barreiras imensas que trazem prejuízos, tanto individuais - as pessoas com deficiência, além de outras excluídas, são impedidas de atingir a plenitude de suas capacidades - , como sociais, pois a falta de diversidade inibe a inovação econômica e a construção efetiva de políticas públicas.

Para eliminar, portanto, essas barreiras e obstáculos ao acesso ao trabalho, foram estabelecidas cotas para pessoas diversas e plurais.

No entanto, ainda que o trabalho inclusivo seja terapêutico - na medida em que impulsiona a autoestima e a autonomia individual - e também extremamente lucrativo para as empresas - já que a diversidade de pessoas fomenta novas ideias, práticas e atitudes colaborativas -, ele ainda enfrenta problemas em sua operacionalização.

Ainda que a fiscalização do cumprimento das cotas e da adequação dos ambientes de trabalho fosse adequada, esta não seria suficiente.

O Brasil é o país da impunidade, em que, pelas mais diversas razões, o cumprimento das leis depende de profundas alterações culturais.

E a cultura nacional ainda, infelizmente, é pautada pela violência, pela segregação e pelo preconceito. Em outras palavras, podemos afirmar que por maior que seja a fiscalização, o cumprimento das cotas continuará falho.

O Brasil - em especial aqueles que lideram as atividades econômicas -, precisa evoluir para um entendimento de que a pluralidade e a diversidade são não apenas lucrativas, mas essenciais à sobrevivência empresarial.

O trabalho inclusivo é fundamental para que o Brasil se desenvolva de maneira próspera, sustentável e justa.

* André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante.

Para mais informações sobre trabalho clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada



Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado


O Renascimento

Hoje completa 2 anos que venci uma cirurgia complexa e perigosa que me devolveu a vida quase plena. Este depoimento são lembranças que gostaria que ficasse registrado em agradecimento a Deus, a minha família e a vários amigos que ficaram ao meu lado.

Autor: Eduardo Carvalhaes Nobre


Argentina e Venezuela são alertas para países que ainda são ricos hoje

No meu novo livro How Nations Escape Poverty, mostro como as nações escapam da pobreza, mas também tenho alguns comentários sobre como países que antes eram muito ricos se tornaram pobres.

Autor: Rainer Zitelmann


Marcas de um passado ainda presente

Há quem diga que a infância é esquecida, que nada daquele nosso passado importa. Será mesmo?

Autor: Paula Toyneti Benalia


Quais são os problemas que o perfeccionismo causa?

No mundo complexo e exigente em que vivemos, é fácil se deparar com um padrão implacável de perfeição.

Autor: Thereza Cristina Moraes