Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Transparência e mais fiscalização na Lei Rouanet

Transparência e mais fiscalização na Lei Rouanet

08/04/2017 Marco Antonio Cruz Filho

As produtoras culturais têm a chance de virar a página em 2017, depois de um ano conturbado.

Transparência e mais fiscalização na Lei Rouanet

Após denúncias e investigação de fraudes em projetos aprovados pela Lei, o Ministério da Cultura anunciou uma série de mudanças na legislação, reunidas em uma nova instrução normativa (1/2017).

Entre as alterações estão o acompanhamento da movimentação dos recursos incentivados em tempo real a partir de extratos, o controle social via Portal da Transparência, a proibição do uso de cheques para pagamentos e a existência de conta corrente única vinculada ao Banco do Brasil para captação e movimentação, após o projeto ser aprovado.

Não será mais necessário o envio de notas fiscais. Essas ferramentas tecnológicas foram criadas para aumentar o controle, a fiscalização e a transparência. As novas regras aperfeiçoam os fluxos de análise de projetos, reduzindo o tempo médio entre sua admissão e execução, o que será muito bom para as produtoras culturais.

Mas tudo isso muda bastante o formato da prestação de contas, levando um tempo até que todas se adequem a essa nova realidade, muito diferente da anterior – quando a prestação de contas era enviada ao final do projeto.

Anteriormente o projeto podia captar recursos somente após a sua aprovação, porém, a partir da nova instrução normativa, eles receberão, já na fase de admissibilidade, a liberação para captar 10% do valor aprovado – desde que comprovada sua viabilidade.

Importante destacar também os limites para uso do incentivo fiscal: empresário individual MEI e pessoa física poderão utilizar o valor máximo de R$ 700 mil, com até quatro projetos; para os demais empresários individuais EI, o teto será de R$ 5 milhões, com até seis projetos; já para Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedades Limitadas (Ltda) e demais pessoas jurídicas, o valor máximo será de R$ 40 milhões, com até dez projetos.

No novo cenário, o preço médio de ingressos não poderá ultrapassar R$ 150 (o valor anterior era de R$ 300) e o valor da receita bruta do show não poderá ser superior ao valor incentivado.

As produtoras culturais terão que se adequar à nova realidade instituída pela Lei. Como o objetivo da instrução normativa é torna-la mais clara e transparente, a readequação vale a pena.

É claro que haverá um período de reorganização do mercado e, como toda mudança, levará tempo, mas a proposta é trazer mais credibilidade, o que será também benéfico às produtoras culturais. Não está prevista redução de recursos e nem menos incentivo cultural. Como afirmou o Ministro da Cultura, Roberto Freire, essas ações foram pensadas a fim de prevenir que novos casos de corrupção aconteçam, mas o cenário ainda pode mudar conforme o andamento desta nova resolução.

Não há motivos para considerarmos o afastamento dos patrocinadores nesse cenário. Pelo contrário: com as novas exigências, as empresas tem mais garantias de que o recurso financeiro por elas destinado está, de fato, sendo direcionado para a democratização da cultura.

Considerando que a Lei teve sua imagem desgastada em razão das denúncias e sua importância para a cultura e o desenvolvimento, as novas resoluções são benéficas e permitem sua continuidade.

Elas respondem às críticas recebidas e é importante constatar que o Ministro da Cultura entendeu o novo cenário e a necessidade de mudanças, priorizando a credibilidade e a manutenção do programa de incentivo à cultura.

O aumento da fiscalização por parte do governo foi positivo. Haverá redução de custo para o Estado e maior rapidez na análise dos projetos, maior controle, fiscalização e transparência, democratização de acesso aos recursos de incentivo fiscal e descentralização dos recursos para outros Estados brasileiros, gerando assim um maior equilíbrio da distribuição do acesso à cultura.

No cenário anterior, mais de 90% dos investimentos realizados eram destinados ao Sul e Sudeste. Não podemos deixar que o uso indevido dos benefícios por alguns, no passado, desvalorize o programa, que tem inúmeras qualidades. Com as novas medidas, as empresas investidoras poderão enxergar melhor o privilégio que é promover a cultura para a sociedade.

* Marco Antonio Cruz Filho é produtor executivo da Dcolor Produções Culturais, de Campinas.



A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Brasil, amado pelo povo e dividido pelos governantes

As autoridades vivem bem protegidas, enquanto o restante da população sofre os efeitos da insegurança urbana.

Autor: Samuel Hanan


Custos da saúde aumentam e não existe uma perspectiva que possa diminuir

Recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que os brasileiros estão gastando menos com serviços de saúde privada, como consultas e planos de saúde, mas desembolsando mais com medicamentos.

Autor: Mara Machado