Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Tributação no e-commerce: a importância do regime tributário

Tributação no e-commerce: a importância do regime tributário

23/02/2021 Luciano Furtado C. Francisco

O e-commerce tem crescido vertiginosamente nos últimos anos, em todos os países, a despeito das crises e solavancos da economia.

A pandemia do novo coronavírus acelerou esse processo, que não vai se reverter. No Brasil, não tem sido diferente.

Muitos empreendedores resolveram tirar do papel a ideia de fazer uma operação de e-commerce. Ótimo, mas lembremos que o e-commerce é uma empresa como as outras e sendo uma pessoa jurídica, deverá recolher tributos.

No Brasil, o sistema tributário é um tanto complexo e requer muito cuidado. Qualquer descuido nesse ponto e o lojista vai ganhar uma bela dor de cabeça.

Daquelas que podem se prolongar por anos e dar prejuízo devido a multas e outras sanções do Estado. Isso não precisa acontecer e nenhum empreendedor deseja. Mas o que fazer para não ter problemas com o fisco em sua operação de venda online?

Bem, o primeiro passo é contar com uma boa assessoria contábil e jurídica, desde o início, quando o empreendimento ainda não existe formalmente.

São profissionais que vão guiar o lojista e apontar os melhores caminhos para fazer a coisa certa, além de lidar com as burocracias inicias de formalização do negócio.

Deve-se escolher bem esse parceiro, pois a tendência é que ele fique por muito tempo assessorando o lojista. Lembre-se que tudo que começa errado, termina mais errado ainda!

Contar com uma assessoria significa que o empresário não precise saber o básico em relação aos tributos de uma loja virtual?

Claro que não, ao contrário. Sabendo como funciona a base de nosso sistema fiscal, fica mais fácil para o empreendedor discutir com seus contadores e advogados.

É isso que abordamos nesse artigo. O essencial é saber em qual regime de tributação a empresa deve se enquadrar. A lei admite três regimes tributários. Veja quais são e suas principais características:

MEI – Microempreendedor Individual: para aqueles lojistas que trabalham sozinhos, têm no máximo um funcionário e faturam até R$ 81 mil por ano; praticamente não há burocracias para o pagamento de uma única guia de recolhimento mensal (R$ 55,00, atualmente).

Simples Nacional – para empresas que faturam até R$ 4.8 milhões anuais; tem como grande vantagem unificar vários tributos, entre eles o ICMS, em uma única guia de recolhimento simplificando o processo de apuração e pagamento.

Lucro Presumido – pode ser usado por empresas com faturamento de até R$ 78 milhões por ano; o processo de pagamento dos tributos é um pouco mais complexo, pois são distribuídos mensalmente e trimestralmente; o ISS, PIS e COFINS, por exemplo, são apurados todo mês sobre o faturamento, enquanto o IRPJ e a CSLL são apurados a cada trimestre sobre a porcentagem de lucro presumida (daí o seu nome), pois a Receita Federal presume que uma determinada porcentagem do faturamento é o lucro.

Lucro Real – é obrigatório para todas as empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões e opcional para as que faturam menos que isso; os tributos incidem sobre o valor da apuração contábil do resultado, levando em conta eventuais acréscimos ou descontos legais; uma de suas principais vantagens é que os tributos são pagos proporcionalmente ao valor do lucro (se houver prejuízo, IRPJ e CSLL, por exemplo, não precisam ser pagos).

Outro aspecto é que a empresa pode mudar de regime a cada ano, a depender do faturamento. Essa escolha é feita no final do ano, ao se analisar os balanços e demais documentos contábeis.

E deve ser muito criteriosa, pois uma escolha errada pode fazer com que o lojista pague mais tributos do que o necessário, já que não é permitido trocar de regime ao longo do ano.

Não existe uma receita de bolo. Muitos aspectos devem ser considerados para a escolha do regime tributário da loja virtual. Vejamos alguns deles.

A folha de pagamento tem um peso importante. Isso porque é recolhido INSS sobre esse valor, assim o Simples Nacional tende a ser uma melhor opção se a operação tiver muitos funcionários.

No Lucro Presumido, a empresa não pode aproveitar créditos de PIS e Cofins. No entanto, tem alíquotas menores para estes tributos que os demais regimes, além de menor chance de erros no cálculo dos impostos.

No Simples Nacional e no Lucro Presumido, os tributos são calculados pela receita bruta, sem levar em conta eventuais prejuízos. Isso não ocorre no Lucro Real. O Lucro Presumido é ideal para lojas virtuais com maior margem de lucro.

No regime do Lucro Real, depreciações, amortizações e juros reduzem tributos. Também pode se aproveitar créditos de PIS e Cofins.

É possível remunerar os sócios a título de juros sobre o capital próprio, o que permite reduzir até 19% da carga tributária sobre os lucros. Em compensação, exige uma escrituração e controle muito mais rigorosos que nos demais regimes.

E quanto aos e-commerces de prestação de serviços, como os marketplaces? Nesse caso há um tratamento especial.

De acordo com a Resolução CGSN n° 117/2014 (DOU de 05.12.2014) da Lei no 123/2006, desde 2015, os marketplaces podem optar pelo Simples. No entanto, com alíquotas variando de 16,93% a 22,45%.

Até o local onde a loja está instalada influencia na tributação. Por exemplo, na Bahia a carga tributária para vendas via internet ou telemarketing passaria de 17% para 2%, no caso de vendas para outros estados e o Distrito Federal.

Alguns estados têm regimes especiais de tributação de ICMS para operações de e-commerce. Assim, o empresário deve pesquisar essas particularidades de seu estado, fatores que geralmente podem reduzir a carga tributária.

Um erro de muitos lojistas iniciantes é achar que quanto mais simples o regime, melhor. Nem sempre optar pelo Simples Nacional ou Lucro Presumido pode ser a melhor opção, ao contrário, pode fazer com que se paguem mais tributos que no Lucro Real. A solução deste erro?

Fazer um planejamento tributário meticuloso, usando as previsões de vendas e fazendo simulações. Dá trabalho, mas pode proporcionar economia e evitar as dores de cabeça que falamos no início.

* Luciano Furtado C. Francisco é professor do curso de Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos do Centro Universitário Internacional Uninter.

Para adquirir LIVROS clique aqui…

Fonte: Página 1 Comunicação



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli