Primeiros desfiles do SPFW
Primeiros desfiles do SPFW
As primeiras marcas a desfilarem na temporada Inverno 2014 do São Paulo Fashion Week foram: Animale, Uma, Tufi Duek e Osklen.
Priscilla Darolt rompeu as limitações do conceito de tempo, levando para a passarela da Animale uma fusão de culturas de épocas bem distintas. Os povos antigos da Grã Bretanha forneceram uma inspiração estética mística que se mesclou com as referências às tribos contemporâneas Punks e Góticas.
As estampas desenvolvidas para a coleção fizeram alusão ao processo de adornar o corpo pela interferência de tatuagens.
A renda surgiu trabalhada na base de lã, tecido muito explorado nestes primeiros desfiles do SPFW, e conjugada com o couro. As calças ganharam movimento com as bocas mais amplas passando por várias estruturas desde a flare até a boca de sino.
Em plena harmonia com o tema da 36ª Edição do SPFW, “Deslocamentos”, a estilista Raquel Davidowicz apresentou a coleção Inverno 2014 da Uma com bailarinos da São Paulo Companhia de Dança na passarela, num misto de desfile e apresentação.
Acompanhando os movimentos do corpo de baile, prevaleceu o conforto nas peças da Uma que tiveram como matéria prima tecidos maleáveis, com elasticidade e muito tricô.
As formas também remetem ao universo da dança com os Sneakers e botas de soldado raso, os shapes amplos, as calças curtas e arrematando os looks os cachecóis e os gorros.
Eduardo Pombal, o estilista por trás da marca Tufi Duek, buscou inspiração para sua coleção no continente africano. Ele fez uma colagem de várias referências como se fossem itens coletados por um viajante e depois reunidos de uma maneira coerente numa belíssima coleção.
Os shapes traziam algo cinquentinha, cintura marcada e saias volumosas, como as imagens que Eduardo resgatou da artista malinês Malick Sidibé das décadas de 50 e 60.
Os tecidos eram extremamente elaborados, alguns feitos à mão com relevos similares às escarificações que algumas tribos africanas fazem na pele e têm significados distintos para cada desenho e cada tribo. Franjas, ráfias, couros vazados foram destaques das matérias primas utilizadas assim como a lã, mais uma vez presente.
O acrílico foi empregado para criar efeitos de brilho sutil agregado à trama das peças. Destaque para os patchworks de couro em formato de losangos em preto e branco e para o maxi cinto, quase um corselet que modelou as silhuetas.
Reverenciando mais uma vez a iconografia brasileira e celebrando a Copa do Mundo que será sediada no Brasil, a Osklen buscou na paixão nacional, o futebol, sua inspiração.
Desde os uniformes vintages dos goleiros com detalhes em matelassê até as cores de um estádio iluminado à noite serviram de base para o desenvolvimento da coleção.
O próprio Oscar Metsavath produziu imagens fotográficas que se tornaram ponto de partida para a cartela de cores e estampas como a de uma arquibancada em pleno jogo e a de rede de gol.
Destaque ainda para as chuteiras e bolas produzidas em couro de salmão em parceria com a Topper. Tudo isso sem perder o DNA minimalista e contemporâneo da Osklen.
Foto acima: Tufi Duek. Fotos da Agência Fotosite