Alimentação como meio de tratamento da hipertensão
Alimentação como meio de tratamento da hipertensão
Os costumes alimentares possuem uma grande influência no desenvolvimento da doença.
A hipertensão pode ser caracterizada como o aumento da tensão nos vasos sanguíneos devido à forte pressão desempenhada pelo sangue em circulação na parede das artérias.
A elevação da pressão arterial pode ser causada por várias circunstâncias, mas a principal delas, é a contração das veias que servem de vias de movimentação do sangue.
A retração das artérias pode ser provocada pela alteração no volume de sangue em circulação no corpo; mudança no ritmo cardíaco; e ainda em decorrência da modificação na flexibilidade dos vasos.
A doença pode ser impulsionada por vários fatores como a hereditariedade, características genéticas, avanço da idade, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, diabetes, alcoolismo, tabagismo e estresse.
No entanto, é possível constatar que os costumes alimentares possuem uma grande influência no desenvolvimento da doença.
Contribuindo para o surgimento e agravamento de doenças cardíacas, renais e vasculares, a hipertensão arterial é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, conforme dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
E ainda, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença atinge 25,4% das mulheres e 19,5% dos homens, sendo que 22,7% são adultos e 50% são idosos com mais de 60 anos.
Podemos considerar uma pessoa hipertensa quando sua pressão arterial estiver acima de 14 por 9. Mesmo sem cura, a hipertensão pode ser controlada por meio da adoção de uma alimentação saudável e balanceada combinada a prática de atividades físicas regulares.
Em casos mais intensos, as pessoas com esta condição também irão necessitar de medicamentos, às vezes pelo resto da vida. Entretanto, o tratamento sempre levará em consideração o contexto de saúde e hábitos de vida do paciente.
Para tratar a hipertensão por meio da alimentação, beneficiando o funcionamento do organismo e aprimorando o ritmo dos vasos sanguíneos e musculatura cardíaca, as pessoas devem procurar pela ajuda de profissionais capacitados e invistam em dietas que privilegiem a redução do consumo e a substituição do sal por outros produtos que também dão sabor a comida.
É importante evitar a adição de sal na preparação dos alimentos, substituindo esse produto pelo alho, alecrim, orégano, cebola, manjericão e salsinha.
Também é essencial diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura hidrogenada, carboidratos refinados e conservantes, e que sejam industrializados, ultraprocessados e embutidos, pois os mesmos podem colaborar para o avanço do peso e surgimento da aterosclerose.
Apesar do sal e a gordura hidrogenada serem grandes influenciadores no aumento da pressão, ainda é relevante lembrar que as ingestões de cafeína e de bebidas alcoólicas devem ser igualmente abrandadas ou cessadas.
Já a inclusão e elevação do teor de cálcio, potássio, magnésio e fibras na alimentação pode ser uma ótima opção para que a pressão se mantenha em equilíbrio. O cálcio pode ser encontrado no leite e seus derivados, hortaliças e sardinha.
O potássio está presente em frutas, verduras e legumes. O magnésio pode ser obtido por meio das oleaginosas, soja, feijão, ervilha, lentilha, cereais integrais e hortaliças. Por fim, as fibras insolúveis estão concentradas no arroz, aveia, farinha e cereais integrais.
É fundamental frisar que a preferência deve ser direcionada a leite desnatado e queijos meia cura; peixes e carnes frescas e magras; o uso de azeite nas preparações; e o consumo de alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados.
* Lucas Penchel é médico generalista e diretor da Clínica Penchel.
* João Paulo Cimini Leal é cardiologista da Clínica Penchel.
Fonte: Naves Coelho Comunicação