Por que orar em silêncio?
Por que orar em silêncio?
Em muitas igrejas recomenda-se a oração em voz alta. Existem diversos motivos para isso.
A criança, de modo geral, aprende a orar ao seguir o exemplo da oração audível; alguns pastores encorajam a oração em voz alta para manter os frequentadores alertas e participativos; e há um espírito de unidade, quando juntos elevamos nossas vozes em oração.
Cristo Jesus diz que, quando orarmos, devemos entrar no quarto e, “fechada a porta”, orar ao Pai em secreto, e o “Pai, que vê em secreto” nos recompensará claramente. Ele diz especificamente que, quando orarmos, não devemos ser como os gentios, que “presumem que por seu muito falar serão ouvidos”. E acrescenta: “Portanto, vós orareis assim”. E, então, ele ensina a Oração do Senhor (Mateus 6:6-13). Ao longo dos séculos, os cristãos têm orado a Oração do Senhor juntos e em voz alta, embora Jesus não tenha deixado instruções nesse sentido.
Também há muitos que oram a Oração do Senhor a sós. Será que orar em voz alta é melhor do que orar em silêncio? Será que é errado orar em silêncio? Será que a oração silenciosa é ineficiente ou inapropriada? Não.
A Bíblia mostra o que Jesus pensava da oração silenciosa, e também o que Deus pensa sobre isso, como nos revelou Jesus: que a oração silenciosa traz recompensas práticas e visíveis. Outro aspecto importante da oração silenciosa aparece na ordem de Paulo, para orarmos sem cessar. Isso só é possível com a oração silenciosa. Orar sem cessar significa vigiar e examinar todos os pensamentos para ver se procedem de Deus; nos esforçarmos para seguir todos os aspectos do exemplo de Cristo Jesus, e não segui-los apenas em parte. Também significa amar a Deus supremamente e amar o próximo como a nós mesmos. Orar sem cessar é viver cada momento do modo como Jesus ensinou, como delineado por Deus.
Referindo-se à oração silenciosa, Mary Baker Eddy, autora e sanadora espiritual que fundou uma Igreja, escreveu em sua principal obra sobre a cura espiritual, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que desejos ou pensamentos não proferidos não são desconhecidos para Deus. Ela diz que podemos confiar a Deus nossas orações silenciosas ou desejos não expressos, para que Ele possa moldá-los e elevá-los antes de tomarem forma em palavras e ações.
Como cristãos, podemos admitir honestamente que, às vezes, a oração em voz alta vai além de nossas convicções, principalmente quando há uma audiência. A tentação de exibir uma oratória perfeita, ou de querer ser visto pelos outros, de nos justificar, ou alcançar o ouvido de Deus, que já conhece tudo e está sempre atento, pode revestir a religião de formas humanas e nos desviar do objetivo de regeneração, renovação e transformação individual.
O verdadeiro teste da oração, seja ela silenciosa ou em voz alta, é muito mais do que a elevação temporária do pensamento, por mais solene ou impressionante que seja. O verdadeiro teste da oração é o desejo honesto de crescer em graça, o ouvir humilde à orientação de Deus, a obediência prática de seguir o exemplo de Jesus, a gratidão pela bondade de Deus etc. Eddy diz que a eficácia da oração silenciosa se expressa melhor no pensamento e na vida diária. A oração silenciosa é prática, cristã e traz recompensas.
* Moji George é Comitê de Publicação da Ciência Cristã para o Oeste da Nigéria
Artigo publicado originalmente no Nigerian Guardian.