Como o estilo de vida afeta o prognóstico do glaucoma?
Como o estilo de vida afeta o prognóstico do glaucoma?
Mudar o estilo de vida do paciente portador de uma doença crônica é um desafio para todos os profissionais de saúde. É muito difícil convencer o paciente que além da cirurgia, do medicamento, do acompanhamento médico regular, ele precisa mudar também posturas e comportamentos para manter a doença sob controle.
“Este é o caso do glaucoma, onde algumas mudanças de hábitos são extremamente importantes para um melhor prognóstico da doença”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, direto do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. Estudos sugerem que pacientes com glaucoma de ângulo aberto que se exercitam regularmente - pelo menos 3 vezes por semana - podem ser capazes de reduzir sua pressão intraocular em até 20%. “Mas se estes pacientes deixam de se exercitar por mais de duas semanas, a pressão aumenta novamente”, afirma Roberta Velletri, oftalmologista que também integra o corpo clínico do IMO. Quando o assunto é a prática de exercícios físicos, o paciente com glaucoma precisa saber que a ioga e outros exercícios que envolvem posições de cabeça para baixo podem ser prejudiciais para o prognóstico da doença.
A dieta provavelmente desempenha um papel pouco relevante para o desenvolvimento do glaucoma. Alguns estudos têm mostrado que uma grande quantidade de cafeína ingerida em um curto período de tempo pode elevar a pressão do olho por até 3 horas. A ingestão de grandes quantidades (um litro ou mais) de qualquer líquido dentro de um curto período de tempo, cerca de 30 minutos, parece aumentar a pressão intraocular. Uma série de remédios naturais e ervas têm sido anunciados na Internet como “bons para o tratamento do glaucoma”. Não há evidências científicas de que o mirtilo - fitoterápico popular para distúrbios oculares - seja eficaz na prevenção ou no tratamento do glaucoma. Alguns estudos têm relatado que o ginkgo biloba pode ter propriedades que oferecem benefícios aos pacientes com glaucoma, tais como o aumento do fluxo de sangue no olho, sem alterar a pressão arterial, a freqüência cardíaca e a pressão intra-ocular.